BREVE INTRODUÇÃO AO PÓLO MUSEOLÓGICO DO ENGENHO
NOVO
«Esta foi a primeira fábrica
de papel fundada em Paços de Brandão, num lugar que acabaria por
receber o nome do novo engenho, situado no extremo poente desta
freguesia. Cedo ficou conhecida como a Fábrica do Engenho Novo, por
oposição à vizinha Fábrica de Nossa Senhora da Lapa, em laboração
desde o início do séc. XVIII, e por isso designada por Engenho
Velho. Fundada em 1795, pelo Padre José Pinto de Almeida, natural
de Paços de Brandão, recebeu, em 8 de Maio de 1797, Alvará Real
concedido por D. Maria I.Produtora de papéis de escrita até finais
do século XIX, a sua história, ao longo do século passado, foi
marcada pela modernização e reformas estruturais nos processos de
fabrico, abrindo novas perspectivas de inovação técnica nas
fábricas do concelho da Feira, ao longo de todo o século XIX. Foi
aqui que, por volta de 1800, se instalou a primeira pila holandesa
do concelho, tendo sido também a primeira fábrica do concelho da
Feira, a produzir papel numa máquina contínua, por volta de
1874/75.Na madrugada do dia 11 de Agosto de 1958, um incêndio
destruiu o Engenho Novo. Pouco a pouco, a vegetação foi preenchendo
o antigo espaço fabril, transformando as ruínas da Real Fábrica de
Papel de Passos de Brandão num espaço decadente e quase mágico.As
ruínas da Fábrica do Engenho Novo, integradas na belíssima Quinta
do Engenho Novo são, pela sua imponência e beleza circundante, um
espaço privilegiado e um exemplo impar da importância que algumas
das fábricas do concelho de Santa Maria da Feira tiveram ao longo
dos séculos XVIII, XIX e XX.Fazendo parte do Museu do Papel, o
Engenho Novo (ruínas das duas fábricas e casa do proprietário)
constitui um campo de Arqueologia Industrial e um espaço
museológico visitável.
Procedeu-se já a uma limpeza das ruínas e da zona envolvente ao
que se seguirá uma consolidação de toda a estrutura e definição dos
percursos de visita e sinalética, empreitada que contempla também o
inerente projecto de iluminação de todo o espaço.
Este projecto do núcleo museológico do Engenho Novo prevê também a
criação de um centro interpretativo da indústria do papel, versando
temáticas complementares aos conteúdos já abordados no Museu do
Papel, quer na exposição dedicada ao fabrico (pré-industrial e
industrial), quer na exposição já concebida sobre a história do
papel em Portugal.» |