O seu acentuado pendor rural, o património existente ao longo
de todo o percurso e a biodiversidade que ostenta em toda a sua extensão fazem
da Rota da Queixoperra uma caminhada particularmente agradável. Além das
diversas fontes e nascentes, ribeiras e paisagens com vistas desafogadas, as
azenhas do Poço das Talhas justificam, por si só, este passeio.
Enquadrada na União Freguesias de Mação, Aboboreira e
Penhascoso, há redes móveis disponíveis em toda a rota, além de um plano de
emergência e resgate, com a marcação de balizas de socorro (SOS) devidamente
identificadas, garantindo assim a segurança do pedestrianista.
Por entre vales e serras podemos encontrar alguns
exemplares de uma pequena árvore já rara no concelho, a cornalheira, e também
observar sobreiros e medronheiros, entre outras espécies nativas, enquanto que
nas margens das ribeiras crescem arbustos como gilbardeiras e heras. Por outro
lado, nas zonas de pinhal, encontramos o tojo, a carqueja ou murta.
Águias como a calçada ou a águia-de-asa-redonda, ou ainda
papa-figos que por aqui nidificam nas estações quentes, são avistados com
frequência nesta zona pelos caminhantes. Na verdade, muitas são as espécies de
animais, incluindo insectos, que habitam esta região. Realçamos, por exemplo, a
borboleta do medronheiro ou a borboleta-maravilha, entre muitas outras espécies.
Ao nível do património construído, destaca-se a Travessa
do Encalhão, a fazer lembrar as ruelas das famosas aldeias de xisto, a zona do
Poço das Talhas, as antigas azenhas zelosamente recuperadas e onde hoje é de
nosso possível assistir à moagem de cereais, a pequena barragem do Cabril, a
antiga Fonte de Mergulho e a Fonte do Ribeiro, entre outros.
Além do extenso património existente na Rota da
Queixoperra, é possível observar diferentes tipologias de paisagens e diversos
ecossistemas típicos desta zona geográfica. Por fim, salientamos ainda a
existência de uma geologia diversa, com especial destaque para as Marmitas das
Azenhas (geossítio) e para as pistas de fósseis na Serra do Carvalhal. |
Queixoperra, é uma aldeia que pertenceu à antiga freguesia de
Penhascoso (atual UFMPA), situando-se na zona Oeste desta freguesia.
Origem do nome:
Excerto do livro “A CASA DA MINHA AVÓ” de Lurdes Vicente (Queixoperra),
segundo o qual o Topónimo já existente no século XIII, que representa um antigo
e esquisito nome pessoal ou alcunha de uma mulher que aparece sob a forma de
QUEIXA PERRA.
Segundo Pinho Leal, autor de “Portugal antigo e moderno”,
já em 1176 uma senhora de nome judaico PERRA, pertencente à família QUEIXA,
possuía herdades em Abrantes. Pode concluir-se que seja a QUEIXOPERRA, uma vez
que a freguesia de PENHASCOSO, pertenceu a Abrantes até final do século XIX e
não existe mais nenhuma aldeia com nome semelhante ou parecido, atualmente.
A zona de PENHASCOSO esteve sob influência dos judeus.
Aninhada no vale entre as Serras das Lercas e do
Carvalhal, a aldeia de Queixoperra surpreende pela graciosidade das suas ruas e
pela hospitalidade das suas gentes. A capela dedicada a Nossa Senhora da Luz, o
Nicho da Sagrada Família, a Fonte da Bica e o Moinho de Queixoperra são alguns
dos pontos de interesse desta aldeia. Nos arredores da povoação, a cerca de 20
minutos a pé, fica a zona do Poço das Talhas, onde se podem visitar antigas
azenhas totalmente recuperadas e preparadas para a moagem de cereais e miradouro
do corvo. |