Acto 5
A banca dos Ourives de Cister
- Possidónio? Constantino? Rui?
- Quem está aí?
- Jacob e Hermínia!
- Oh criaturas. Já D. Macedo passou por cá. Possidónio teve que o levar até aos campos da Gâmbia para ganhar tempo para vocês.
- O Frei Hermano já nos avisou que os homens dele estão por toda a parte.
- Vai ser difícil seguir o caminho a partir de agora. O meu pai encontrou a minha carta de despedida.
- Os Beneditos de Champanhe vão vos auxiliar enquanto podemos. Constantino está na cozinha a preparar a massa do pão de amanhã e alguns víveres para que possam levar.
- Rui, antes que me esqueça. Encontramos o colar dentro do local que Frei Germano nos abrigou. Deixamos no mesmo local.
- Pela beata do Betismo, fizeram bem deixar. Aquele colar tem uma maldição a quem tentar roubá-lo. Quem o fizer terá um fim trágico em poucos dias. Não me perguntes o motivo, mas são poucos os varões dos Bourbon de Linhaça que ainda prevalecem vivos.
- Credo! Mas eu peguei nele, Rui. Rezei com o colar a pedir auxílio...
- Calma Mina, calma. De certo que o Rui saberá que não houve intenção de roubo.
- Podes estar calma Hermínia, que só se aplica a quem cometer crime pela leis dos manuscritos do rio Jordão. Mas pelo sim pelo não... Oh Constantino, preparar uma caixa de seis Bolinhas...
- Olha as Bolinhas de Berlim a sair não tarda...
(galope galope galope, a porta abre)
- Jacó, estás aqui?
- Manel? Já é hora?
- Quase. Os homens de D. Macedo estão perto do porto, já sabem quem fugiu com a Hermínia. Apanharam o Josué todo desgraçado na bebida na Taberna e disse que eras tu Jacob.
- Oh Josué, o que fizeste, homem... Nunca mais foi o mesmo desde que caiu do mastro da Nau Catarineta...
- Vamos passar pela casa da Judite. Ela terá um baú que vos vai ajudar. Ainda há alguma caixa extra de bolas pra aqui para o poeta?
- Oh Constantino, mais uma caixa para levar!