Rua Ramiro Barcelos
A rua Ramiro Barcelos é uma antiga e importante rua da cidade brasileira de Porto Alegre, que atravessa os bairros Floresta, Independência e Bom Fim.
Na rua se localizam vários prédios importantes da capital gaúcha, entre eles o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, o Edifício Esplanada, o Planetário Professor José Baptista Pereira e algumas unidades de ensino da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho e a Igreja de Santa Teresinha.
Já era mencionada em documentos oficiais de 1838 como Beco do Carneiro, em função de passar junto à chácara do comerciante Antônio Gonçalves Carneiro. Então se estendia entre as atuais Rua Voluntários da Pátria e a Avenida Cristóvão Colombo. Um segundo trecho, entre a Estrada dos Moinhos, atual avenida Independência, e o Caminho do Meio, atual Avenida Protásio Alves, foi aberto em torno de 1846.
Na mesma época, a Câmara municipal considerou a utilidade de se prolongar o Beco do Carneiro para criar uma ligação entre a Várzea e a Estrada dos Moinhos, e mandou realizar o orçamento. O espaço foi cedido por particulares gratuitamente, sendo que um deles, Joaquim Moreira Júnior, foi contratado para construir as cercas de limite e preparar o leito da passagem, que foi denominada rua Dom Afonso, em homenagem ao primogênito do imperador Dom Pedro II. Por volta de 1853, após a morte de Carneiro, seu beco já era chamado popularmente de Beco da Marcela, em referência a uma negra que vivia em uma de suas esquinas.
Entre a Rua Dom Afonso e o Beco da Marcela persistia ainda um grande espaço de morro não aberto. A ligação entre os dois trechos aconteceu a partir de 1855, quando Maria Máxima Lourenço de Carvalho doou os terrenos intermédios. A Câmara aceitou a doação e providenciou o cercamento e arborização do trecho. Pronta no mesmo ano de 1855, a ligação foi denominada Rua da Boa Vista, e a Rua Dom Afonso por determinação da Câmara passou a ser chamada de Rua do Guaíba, mas os nomes não se fixaram.
Em 1866 o Beco da Marcela foi alargado em vinte palmos e, em 1881, todos os três trechos já eram chamados pelo nome único de Rua Dom Afonso. Após a proclamação da República, em 12 de dezembro de 1889, o nome do logradouro foi alterado para Rua Ramiro Barcelos, homenageando o ilustre médico e político riograndense. Os anais do município indicam a rua em 1892 como já bastante povoada, com 108 edificações térreas, cinco assobradadas e três sobrados. Entre os anos de 1906 e 1906, o trecho entre a Praça Júlio de Castilhos e a Rua Tiradentes recebeu melhoramentos e, nos anos seguintes, foi calçado. O prolongamento da Rua Ramiro Barcelos até a Avenida Ipiranga, sua extensão atual, só foi aberto na década de 1940, quando a circulação de veículos já se fazia intensa, tornando-a uma das principais vias de ligação transversal do centro da cidade.
Referência: Franco, Sérgio da Costa. Guia Histórico de Porto Alegre. Porto Alegre: EdiUFRGS, 2006. pp. 339-340
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English version:
Ramiro Barcelos Street
Ramiro Barcelos street is an old and important street in the Brazilian city of Porto Alegre, which crosses the neighborhoods of Floresta, Independence and Bom Fim.
On the street are several important buildings in the capital of Rio Grande do Sul, including the Hospital de Clínicas de Porto Alegre, the Esplanada Building, the Professor José Baptista Pereira Planetarium and some teaching units of the Federal University of Rio Grande do Sul, the Colégio Nossa Senhora do Good Counsel and the Santa Teresinha Church.
It was already mentioned in official documents from 1838 as Beco do Carneiro, due to passing by the farm of the merchant Antônio Gonçalves Carneiro. Then it stretched between the current Rua Voluntários da Pátria and Avenida Cristóvão Colombo. A second stretch, between Estrada dos Moinhos, current Avenida Independência, and Caminho do Meio, current Avenida Protásio Alves, was opened around 1846.
At the same time, the City Council considered the usefulness of extending the Beco do Carneiro to create a connection between the Várzea and Estrada dos Moinhos, and ordered the budget to be drawn up. The space was provided by individuals free of charge, and one of them, Joaquim Moreira Júnior, was hired to build the boundary fences and prepare the bed for the passage, which was named Rua Dom Afonso, in honor of the firstborn son of the Emperor Dom Pedro II. Around 1853, after Carneiro's death, his alley was already popularly called Beco da Marcela, in reference to a black woman who lived on one of its corners.
Between Rua Dom Afonso and Beco da Marcela there was still a large area of unopened hills. The connection between the two sections started in 1855, when Maria Máxima Lourenço de Carvalho donated the intermediate lands. The City Council accepted the donation and provided the fencing and afforestation of the stretch. Completed in the same year of 1855, the connection was called Rua da Boa Vista, and Rua Dom Afonso by determination of the City Council, was renamed Rua do Guaíba, but the names were not fixed.
In 1866 Beco da Marcela was widened by twenty spans and, in 1881, all three sections were already called by the unique name of Rua Dom Afonso. After the proclamation of the Republic, on December 12, 1889, the name of the street was changed to Rua Ramiro Barcelos, honoring the illustrious doctor and politician from Rio Grande do Sul. The annals of the municipality indicate the street in 1892 as already quite populated, with 108 one-story buildings, five two-stories and three stories. Between 1906 and 1906, the stretch between Praça Júlio de Castilhos and Rua Tiradentes received improvements and, in the following years, was paved. The extension of Rua Ramiro Barcelos to Avenida Ipiranga, its current extension, was only opened in the 1940s, when vehicular traffic was already intense, making it one of the main cross-connecting routes in the city center.
Important: don't forget the pen to sign the logbook and put the container back in exactly the same place!