Para muitos esta ciência é também um desporto radical já que a exploração de uma cavidade implica grande esforço físico. Descer a grandes profundidades, percorrer distâncias enormes, ultrapassar obstáculos quase intransponíveis ou rastejar na lama.
É a ciência que estuda as cavidades naturais e outros fenómenos cársticos, nas vertentes da sua formação, constituição, características físicas, formas de vida, e sua evolução ao longo do tempo
Material:
- capacete
- iluminação frontal
- botas
- macacão
- cinto
- mochila
- equipamento vertical
História
A história da Espeleologia é tão antiga como o próprio homem, já que as cavernas, foram em tempos pré-históricos, o abrigo que o protegia das intempéries e dos animais selvagens. Os achados mais antigos da presença do homem nas cavernas datam de 450 mil anos atrás, e foram deixados pelo Homem de Tautavel, o mais antigo povoador europeu. Com a evolução, este primata dá origem ao Homem do Paleolítico Superior, muito mais avançado que o anterior. É neste periodo (350.000 A.C. - 10.000 A.C.) que surgem as primeiras pinturas rupestres, fruto do ócio e do instinto artístico, ilustrando principalmente cenas domésticas e de caça. Com o fim das eras glaciares, o homem abandona as grutas e instala-se nos campos. As cavernas passam a servir de armazéns, lugares de culto ou túmulos funerários.
Na idade média dá-se uma regressão de mentalidades, passando as cavidades a serem consideradas lugares do demônio e onde se escondem os leprosos e os doentes da peste. A Espeleologia passa por anos negros.
A pouco e pouco as cavernas começam novamente a ser alvo de visitas e explorações, sendo alvo de estudos científicos a partir da segunda metade do séc. XIX.
Algumas cavernas passaram a ser exploradas na busca do salitre para a fabricação de pólvora, outras na busca pela água, refúgio de animais de criação etc. Mas foi somente no início do século XX que o homem passou a tratar das cavernas como uma ciência. Neste contexto, cabe ao francês E. A Martel o título de "pai da espeleologia". Seus trabalhos sobre as cavernas abriram um novo caminho para os pesquisadores e aventureiros do passado. Com ele surgiram outros pesquisadores que trataram de áreas específicas da espeleologia, como a bioespeleologia (Jeannel e Racovitza), a geoespeleologia e as técnicas de exploração (Norbert Casteret e Robert de Jolly).
No Brasil, os primeiros trabalhos surgiram em 1835, com as pesquisas do naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund, na região de Lagoa Santa e Curvelo. Seus trabalhos tinham objetivos predominantemente voltados para a paleontologia, contudo suas descrições e mapas das cavernas permitem atribuir um caráter espeleológico às atividades de Lund.