Quinta e Capela da Boa Viagem
A Quinta da Boa Viagem, designada originalmente por Quinta de Santa Maria da Vinha, pertencia a Gonçalo Ferreira de Villalobos, um nobre mercador residente em Viana da Foz do Lima no último quartel do século XVI. Até 1579, data em que recebe a sua carta de brasão de armas, que o identifica como morador em Viana, não se conhecem registos da sua permanência na vila minhota, pelo que se pressupõe que à semelhança de muitos comerciantes de Viana, Villalobos tenha morado até então em cidades portuárias que comerciavam com o porto minhoto, em Inglaterra, Brasil ou Flandres, e onde se instalaram ao longo de Quinhentos diversas colónias de minhotos.
Em 1608 Gonçalo Ferreira Villalobos e sua mulher, Catarina Álvares de Seixas, instituíram no seu testamento o morgado da Boa Viagem e o vínculo à capela de Nossa Senhora da Boa Viagem, na quinta que possuíam, junto ao monte de Santa Luzia.
À semelhança de muitas casas nobres rurais, a Casa da Boa Viagem apresenta uma estrutura onde se combinam elementos da edificação original, como a casa-torre e outros típicos da arquitectura solarenga setecentista. A planimetria da casa desenvolve-se em L a partir do núcleo original, que corresponde à torre situada numa das extremidades da casa, dividida em três registos e coroada por pináculos e merlões. A fachada de todo o conjunto da casa é ritmada pela disposição simétrica de janelas de sacada com varandins.
O corpo principal possui uma escadaria, ladeada por duas arcadas, encimada por um pátio que antecede o portal principal. Na fachada principal foi colocada a pedra de armas da família Villasboas, com a data de 1550. O corpo lateral da casa possui um nicho enquadrado por um alfiz rematado por frontão contracurvado de tipologia seiscentista. O interior da casa apresenta uma estrutura de grande simplicidade, contrastante com a opulência solarenga do exterior.
Um dos elementos mais interessantes da quinta é o designado Jardim da Preguiça, projectado e construído nos finais do século XVIII, cujo conjunto possui ao centro uma escadaria, com esculturas representando personagens mitológicas, e dois "cães-de-Fô", inspirados na cultura chinesa, muito em voga na época. Ao cimo das escadas foi colocada a Fonte da Preguiça, formada por uma escultura feminina deitada.
Em 1916 a Quinta da Boa Viagem foi adquirida pelo Engenheiro João Teixeira de Queiroz e Vasconcelos, que executou diversas obras no espaço, que em muito alteraram a sua estrutura. Na última década do século XX o espaço da quinta foi adaptado a turismo de habitação.
A Capela, de planta rectangular, possui portal principal de arco pleno, precedido por alpendre que assenta sobre colunas toscanas. No interior possui retábulo de talha dourada com imagem da padroeira. Protectora dos viajantes e homens do mar, Nossa Senhora da Boa Viagem é uma invocação de origem portuguesa que surgiu na época dos Descobrimentos.
Para obter as coordenadas finais, deve dirigir-se às coordenadas iniciais e contar o número de portas e janelas da capela.
Total 5 - N 41° 43.361' W 008° 51.117'
Total 6 - N 41° 43.301' W 008° 51.151'
Total 7 - N 41° 43.296' W 008° 51.112'
font: http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/72707