| Constituída por apenas dois lugares, Alburitel e Toucinhos, esta Freguesia é uma das mais pequenas do Concelho (agora é a mais pequena com a junção das outras freguesias) ocupando uma área de 1.150 hectares. Foi criada a 23 de Março de 1928 (este ano 90 anos) depois de ser desanexada da de Seiça, à qual crê-se que pertenceria desde, pelo menos, 1517.
Sabendo-se que a povoação de Alburitel é bastante antiga, é só em meados do seculo XVII que se encontra a primeira referencia escrita, a qual consta em “Memórias do Bispado de Leiria”. Também no Dicionário Geográfico arquivado na Torre do Tombo, nas informações prestadas por Luís Ferreira Frias, cura da Freguesia de Seiça, no ano de 1758, tornara a ser referida a ermida de “Nossa Senhora da Ajuda, dentro do lugar de Alburitel e pertencente aos moradores do dito lugar”. Quando esta capela foi construída em 1604 as suas pequenas dimensões de 65 metros quadrados formavam um espaço mais que suficiente para as necessidades da população que desde dessa época e até hoje sempre manifestaram a maior devoção a Nossa Senhora da Ajuda, cuja imagem de algum valor se guarda no interior do templo.
Outra devoção bem antiga deste povo é dirigida ao Divino Salvador, Em sua honra foi edificada uma capela, desde finais do seculo XVI, possivelmente no ano de 1592, no lugar de Toucinhos. A Igreja Paroquial de Nossa Senhora do Rosário, referida por Gustavo Matos Sequeira, no Inventário Artístico de Portugal, situa-se na artéria principal de Alburitel distinguindo-se a sua elegante torre sineira.
Construída em 1924 e remodelada em 1936, todos os anos, nos meses de Agosto e Outubro, congrega as maiores atenções destas gentes que aí se deslocam a fim de participarem nas tradicionais festas do Santíssimo Sacramento e da padroeira.
Quanto à etimologia do topónimo Alburitel, a mesma é explicada através de duas versões. Uma aponta para que a sua forma derive do árabe e reconhece-lhe semelhanças com a palavra espanhola “Alborete” cujo significado é correio. Como o limite da Freguesia, passava pelo Vale do Azurrague a estrada medieval, ligando Santarém a Coimbra, seria então possível que aqui existisse um posto de entrega de correspondência.
A outra explicação filia-se no nome de um tal Álvaro Teles, fidalgo que terá sido senhor destas terras. Primeiro, a junção dos dois nomes e a seguir a corrupção da mesma originaram Alburitel. O nome de Álvaro Teles acabou mesmo por ser dado à rua principal da Freguesia.
A Actividade tradicional da população activa desta terra foi sempre a agricultura e ainda no ano de 1982, praticamente toda a população se dedicava à produção de vinho e de azeite e à cultura de cereais diversos, continuando o sector primário a ter bastante relevância, alargando-se à suinicultura e à cunicultura.
Mais paulatinamente, alguns estratos da população começaram a voltar as costas ao campo, virando-se para o sector secundário, assistindo-se hoje a um desenvolvimento do terciário centrado no comercio geral, na hotelaria e na prestação de serviços.
Também a emigração temporária durante as décadas de 60 e 70 , acabou por ter o seu peso na economia de Alburitel, permitindo aos regressados colaborara na prosperidade da Freguesia.
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