O Homem de Negócios
Podemos dizer que de certa forma esta personagem é semelhante ao rei. A diferença é que o homem de negócios diz possuir as estrelas e o rei diz governá-las. Este passa a vida a contar as suas estrelas que lhe servem para ser rico mas ao mesmo tempo não lhe trazem felicidade.
Representa a vontade de possuir bens materiais, muitos dos quais até inúteis, que servem simplesmente para se ter mais que os outros. O ser humano com estas características está tão ocupado a contar o tamanho da sua riqueza que não aproveita a vida. O Principezinho faz-nos ver que o desejo de possuir também é um vício. E que o importante é valorizar o que somos e não o que possuímos.
É uma chamada de atenção ao facto de que cada vez mais nos deixamos robotizar, de que não damos valor às pequenas coisas, de que não dedicamos tempo a cuidar do nosso ser interior. Ao facto de deixarmos que a cobiça e o egoísmo se apoderem da nossa vontade, traduzindo-se então na perda de valores afectivos, familiares e inclusive morais e éticos, provocando muitas vezes a solidão, a insatisfação, a infelicidade e o vazio interior. Por isso muitas pessoas se sentem assim hoje em dia mesmo vivendo nas melhores das condições, pois a felicidade reside no ser e não no ter.
Segundo o Principezinho as coisas que se possuem verdadeiramente são aquelas com que se pode interagir e portanto ser-lhes úteis também. Uma amizade plena de ternura, compreensão e cumplicidade é superior aos bens materiais que acabam por fazer de nós escravos do trabalho e incapazes de disfrutar deles de verdade.
“-E para que te serve teres estrelas?
-Serve-me para ser rico.
-E para que te serve seres rico?
-Para comprar outras estrelas, se alguém as descobrir.”
(…)
“-Eu, cá por mim, tenho uma flor. Rego-a todos os dias. Tenho três vulcões. Limpo-os todas as semanas. Porque também limpo o que está extinto. Nunca se sabe… É útil para os meus vulcões e é útil para a minha flor que eu os tenha. Mas tu não és útil para as estrelas!”
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