A rosa
- Inteligente
- Soberba
- Manipuladora
- Sedutora
No entanto…
Generosa
A rosa simboliza dizer que é importante...
Pela sua individualidadea segundo o dicionário de símbolos de Jean Cheválier a taça da vida, a alma, o coração, o amor, enfim representa no fundo a perfeição. Esta tornou-se um símbolo do amor e o próprio dom do amor em si, e por isso, ainda hoje em dia se oferecem rosas como prova de amor, de carinho, de amizade... Vários autores defendem que a rosa é símbolo da esposa Consuelo, representando portanto o amor, o feminino, a sedução e os demais atributos associados à mulher.
Na obra, pessoalmente creio que por um lado representa a amizade quando já existe uma confiança plena e um respeito mútuo entre as pessoas. Por outro pode também representar o orgulho pessoal.
Aparece como sendo à primeira vista inteligente, soberba, manipuladora, sedutora, querendo todas as atenções recaídas sobre si, no entanto, as suas acções mostravam o contrário, pois na verdade como o principezinho mais tarde reconhece:
“Não fui capaz de entender nada. Devia tê-la avaliado não pelas palavras e sim pelos actos. Ela perfumava-me e dava-me luz! Eu nunca devia ter fugido! Devia ter sido capaz de adivinhar toda a ternura escondida por detrás daquelas pobres manhas. As flores são tão contraditórias! Mas eu era novo de mais para saber gostar dela.”
Há que saber ler nas entrelinhas, por vezes o orgulho é sinónimo de carência de amor, e a contradição sinónimo de insegurança, então, creio que com esta personagem Saint-Exupéry pretendia apelar ao amor apesar das circunstâncias. Na obra, a Rosa dá-lhe uma prova do seu amor, apesar do Principezinho não a ter percebido, porque quem ama liberta, e a rosa mostrou o seu amor incentivando-o a ir embora enquanto na verdade ela queria que ele ficasse. Se realmente fosse manipuladora e egoísta, teria usado todas as suas capacidades para o impedir de partir.
“- E o vento?
- Não estou tão constipada como isso… O fresco da noite só me pode fazer bem. Sou uma flor!
- E os bichos?
- Duas ou três lagartas terei mesmo de suportar para ficar a conhecer as borboletas. Dizem que são tão bonitas! E que outras visitas hão-de aparecer por cá? Tu, tu hás-de estar longe. E dos bichos maiores não tenho nada a temer. Afinal, para que servem as minhas garras?”
Por vezes as pessoas também têm formas estranhas de mostrar o amor. Pois a rosa representa estas pessoas, aquelas que mesmo contra o seu coração se fazem fortes para incentivar o seu amor a buscar o melhor, mesmo que para isso fiquem sozinhas.
A Rosa desempenha uma função muito importante na obra, digamos que pode inclusive ser a verdadeira raiz da obra. Tudo acontece devido à sua existência, a partida do principezinho, a sua tristeza, a sua busca, o regresso ao seu planeta, tudo se centra nela.
Então porque é ela importante para o Principezinho? Podemos Amar uma flor de que só há um exemplar em milhões e milhões de estrelas basta para uma pessoa se sentir feliz quando olha para o céu. Porque pensa:
“Ali está ela, algures lá no alto…”
Pela sua fragilidade
“- Não acredito! As flores são fracas. São ingénuas. Agarram-se ao que podem para se sentirem seguras. Estão convencidas de que toda a gente tem medo delas por causa dos espinhos…”
“E se eu, eu que aqui estou à tua frente, conhecer uma flor única no mundo, uma flor que não existe em mais lado nenhum senão no meu planeta, mas que, numa manhã qualquer, uma ovelhinha pode reduzir a nada num instante, assim, sem dar sequer pelo que está a fazer, isso também não tem importância nenhuma, pois não?”
Pela sua unicidade no seu planeta
“Não ocupavam espaço nenhum e quase não se dava por elas. Despontavam de manhã na relva e apagavam-se à noite. Mas aquela, aquela germinara de uma semente vinda sabia-se lá de onde e o principezinho pusera-se imediatamente a vigiar esse rebento tão diferente de todos os outros.”
Pela sua personalidade
“O principezinho, que assistia ao despontar de um botão enorme, estava mesmo a ver que dali ia sair uma aparição miraculosa; mas a flor nunca mais acabava de se arranjar, de se por bonita, sempre trancada naquele quarto verde. Escolhia as cores com todo o cuidado. Vestia-se vagarosamente, assentando as pétalas uma a uma. Não queria sair toda amarrotada como as papoilas. Só queria aparecer no máximo esplendor da sua beleza. Oh, sim! Ela era mesmo muito vaidosa! Levara dias e dias a arranjar-se. Uma bela manhã, precisamente ao nascer do sol, fizera a sua aparição.”
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