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Ruivães#07 Ponte Velha, de Pedra ou de Rês Traditional Cache

Hidden : 12/16/2020
Difficulty:
1.5 out of 5
Terrain:
2 out of 5

Size: Size:   micro (micro)

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Geocache Description:


 

As invasões francesas e a Ponte Velha (ou Ponte de Rêz)

Relato da passagem pelas pontes do Saltadouro e da Misarela, entre 15 e 17 de Maio de 1809, das tropas do II Corpo de Exército Francês, comandadas pelo Duque da Dalmácia, Marechal Soult, aquando da retirada das tropas francesas (fim da segunda invasão francesa).

[excertos do livro "Aqui não passaram! - O erro fatal de Napoleão", de Carlos de Azeredo, Livraria Civilização Editora, Porto, 2005]

[...] O Major Warre e o Capitão Gomes, chegados a Ruivães, entraram em contacto com o Capitão-Mor António Luís de Miranda de Magalhães e Meneses e é provável que tenham aconselhado o corte das três pontes de que o II Corpo se poderia servir na região:

  • a Ponte Nova, ou do Saltadouro, lançada sobre o ribeiro do mesmo nome, afluente da margem esquerda do Cávado nax proximidades de Salamonde
  • a Ponte Velha, ou de Rêz, antiga ponte romana da via Brácara Augusta-Aqua Flávia-Astúrica Augusta, lançada sobre a mesma linha de água;
  • a Ponte de Misarela que, cerca de uma légua a poente da do Saltadouro, transpõe o rio Rabagão.

A 15 de Maio, de madrugada, o II Corpo na área de S. João de Rei, após ter pilhado e incendiado vários povos circunvizinhos, iniciou a marcha para atingir Salamonde ao fim do dia.

[...] Soult acantonou parte das suas tropas na Igreja e nas casas da povoação, que após o normal saque, foram no dia seguinte incendiadas. Naquele tempo a estrada, a partir de Salamonde, dividia-se em dois itinerários:

  • o da direita era a estrada que, por Ruivães, Venda Nova e Boticas, atingia Chaves; fora o caminho que Soult seguira em março anterior, em sentido inverso, aquando do seu avanço sobre Braga.
  • o da esquerda, era um caminho difícil, uma autêntica vereda áspera que descia de Salamonde, em ziguezagues muito fechados, a íngreme vertente do Cávado e depois a do rio de Ruivães, até atingir a Ponte do Saltadouro, seguia depois junto à margem esquerda do Cávado para passar, uma légua à frente, a impressionante Ponte da Misarela, e atingir mais a norte Paradela e Montalegre, já na fronteira.

Em Salamonde, o Duque da Dalmácia obteve informações de que o Brigadeiro Silveira estava instalado nas apertadas gargantas da Serra da Cabreira, barrando-lhe a estrada de Braga para Chaves; [...] Deste modo, Soult decidiu rapidamente abandonar a estrada para Chaves e seguir a vereda para Montalegre.

Ninguém julgaria possível fazer passar por ali um exército [...]. Por aí se lançaram as tropas francesas, rotas, descalças, famintas e escorraçadas [...].

[...] Soult foi também informado de que a Ponte do Saltadouro, ou Ponte Nova [...] estava defendida e possivelmente cortada, por populares e algumas ordenanças.

Em verdade, o Capitão-Mor de Ruivães, António Luís de Miranda Magalhães e Meneses, mandara convocar, pelos párocos das freguesias próximas, as Ordenanças da sua área, e ao seu apelo acorreram cerca de 1300 homens, dos quais a maior parte tinha como armamento simples utensílios de trabalho, piques ou algumas espadas velhas; só muitos poucos se encontravam equipados com obsoletas armas de pederneira e tinham como apoio duas velhas peças de artilharia.

[...] O Capitão António Luís de Miranda, ainda neste dia, dispôs as suas forças ao longo da escarpada margem direita do rio Saltadouro ou de Ruivães, entre a Ponte de Rêz na estrada para Chaves e a Ponte de Saltadouro no caminho para Montalegre.

Junto de cada ponte colocou uma das bocas de fogo de que dispunha e mandou ainda algumas forças para a Ponte da Misarela; os efectivos colocados junto de cada uma destas três pontes tinham como missão efectuar o seu corte e levar a cabo a sua defesa.

No Saltadouro, os defensores levaram a cabo a tarefa de cortar o único arco da ponte com bastante rapidez e ao fim de algumas horas a passagem estava cortada.

Soult não perdeu tempo: mandou vir à sua presença [...] o Major Dulong Rosnay [...] e encarregou-o de, com 100 homens à sua escolha, conquistar a passagem da Ponte do Saltadouro por uma acção de surpresa durante a noite.

[...] O bravo Major [...] a coberto da noite, aproximou-se em completo silêncio dos restos da velha ponte [...]. Dulong deixou os seus homens escondidos nas proximidades e sozinho adiantou-se para estudar a situação; [...] e ali constatou com espanto e incredulidade que os defensores [...] tinham deixado uma prancha estendida entre os dois braços da ponte.

Esquecimento? Desleixo? [...] Na verdade, um daqueles acasos imprevistos e inacreditáveis que tantas vezes alteram o curso da história!

Dulong voltou a rastejar até à ponte e fez passar atrás de si, um a um, os seus militares ao longo da prancha, olhos fitos na voragem do abismo [...] Assim, o Major foi colocando a sua força na margem oposta e cercando nas trevas a cabana onde se abrigavam os incautos defensores da ponte, cuja sentinela fora abatida com um silencioso golpe de sabre.

E foi de súbito, sem tempo para reagir, que os ensonados camponeses vislumbraram, à luz ténue dos restos de uma fogueira, o lampejar do aço frio dos sabres e das baionetas [...].

Poucos segundos [...] bastaram para consumar aquela tragédia quase silenciosa.

[...] As restantes forças do Capitão-Mor, finalmente alertadas com o que se passava junto à ponte, tentaram reagir, mas ao perceberem que os franceses tinham passado já a ponte em número que a escuridão e a surpresa multiplicavam assustadoramente, debandaram em pânico, monte acima!

[...] A passagem dos franceses com os seus 4000 cavalos, sobre uma estreita passagem sustentada por alguns troncos sem guardas, demorou o dia todo [...].

Mas após duas horas de marcha a tropa francesa foi detida no sítio da Ponte da Misarela, sobre o rio Rabagão: o pesadelo de Soult ainda não terminara!"

________

*** Ver também / See also: Ponte do Diabo - MisarelaCasa do Capitão-Mor de Ruivães

 

Ao acrescentar um longo circuito à já existente cache da Casa do Capitão-Mor de Ruivães pretende-se levar os geocachers a percorrer caminhos históricos entre Ruivães e Vale. O circuito (integralmente pedestre) inicia-se em Ruivães (Casa do Capitão-Mor ou Casa de Dentro), percorre a rua principal da vila para em seguida descer até ao fantástico rio Saltadouro. O caminho ladeia o rio durante vários quilómetros, passando pelo Poço das Traves (parque de lazer) e termina na histórica Ponte de Pedra ou Ponte de Rês. A partir da ponte segue-se ainda o rio Saltadouro, percorrendo a zona do Aproveitamento Hidroeléctrico de Ruivães que tem vistas deslumbrantes para a barragem de Salamonde. Retorno à Ponte de Pedra para em seguida subir à aldeia de Vale. Da pequena aldeia outro caminho faz-nos regressar a Ruivães.

Além das invasões francesas, Ruivães foi palco de acesas lutas entre liberais e miguelistas e numa das suas casas esteve aquartelado Paiva Couceiro e suas tropas em 1919. Do último capitão-mor de Ruivães, miguelista convicto, conta-se que terá sido assassinado por ordens dos liberais vitoriosos em 8 de Junho de 1832, quando seguia de sua casa — Casa de Dentro — para o Gerês, a tomar águas. Foi, também, palco do Combate de Ruivães.

A Ponte de Rês e o Caminho de Ruivães foram classificados como conjunto de interesse público pelo "interesse como testemunho notável de vivências, valor estético e memória coletiva que reflete".

O percurso é de cerca de 9 km e conta com 13 caches (incluindo a da Casa do Capitão-Mor). Depois de grandes chuvas de Inverno pode ser difícil (ou mesmo impossível) atravessar o rio Saltadouro na zona do Poço das Traves. Não corra riscos desnecessários. Aparte esta possível dificuldade invernal, o resto do percurso é relativamente fácil mas aconselham-se botas com bom suporte de tornozelo. Bom passeio!

 

By adding a long circuit to the already existing cache of Casa do Capitão-Mor de Ruivães, geocachers can be taken along historic paths between Ruivães and Vale. The circuit (entirely pedestrian) starts in Ruivães (Casa do Capitão-Mor or Casa de Dentro), goes through the main street of the village, then goes down to the fantastic Saltadouro river. The path runs along the river for several kilometers, passing through Poço das Traves (leisure park) and ends at the historic Ponte de Pedra or Ponte de Rês. From the bridge, we still follow the Saltadouro River, passing by the Ruivães Hydroelectric Power Plant area, which has stunning views over the Salamonde dam. Return to Ponte de Pedra and then we will go up to the village of Vale. From the small village, another path takes us back to Ruivães.

In addition to the French invasions, Ruivães was the scene of fierce struggles between Liberals and “Miguelistas” (supporters of the legitimacy of the king Miguel I of Portugal) and in one of its houses stayed Paiva Couceiro and his troops in 1919. The last “Capitão-Mor” of Ruivães, a convinced “Miguelista”, is said to have been murdered by victorious liberals on June 8, 1832, when he was going from his home - Casa de Dentro - to Gerês. It was also the stage for the Combat of Ruivães.

Ponte de Rês and Caminho de Ruivães were classified as a group of public interest for "interest as a remarkable testimony of experiences, aesthetic value and collective memory".

The circuit is about 9 km and has 13 caches (including Casa do Capitão-Mor). After heavy winter rains it can be difficult (or even impossible) to cross the Saltadouro river in the Poço das Traves area. Don't take unnecessary risks. Apart from this possible winter difficulty, the rest of the path is relatively easy, but boots with good ankle support are advised. Have a good walk!

 

Additional Hints (Decrypt)

Sehgb qr byvirven? / Byvir gerr sehvg?

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)