Quem foi Maria Ulrich traça a história da vida de uma mulher que se torna mestre e, mais ainda, pedagoga, revelando o sentido de um modelo pedagógico em que a tumultuosa construção do adulto que se supera o torna capaz de ser educador de crianças. Aqui está o contexto social e cultural, até o próprio intimismo e alguma solidão em que a jovem Maria Ulrich cresceu, a tradição do colégio francês, a experiência internacional como fermento do inconformismo, o deslumbramento com a vida, a militância e a convicção de quem lhe mostra como é possível estar muito para além da futilidade, a raiz do seu empenhamento social aliada à militância na Acção Católica e igualmente à maravilhosa esperança do pós-guerra, a aposta tão cristã e europeia no homem integral e também na democracia e na cidadania que sob tantas expressões perpassa tanto nos seus escritos como no modo de educar. A actualidade de Maria Ulrich está tanto na perenidade do que escreveu e fez, como na continuidade da acção das entidades que fundou, e bem na memória de quem educou. Vidas que se cruzam e superam, fascínios que nos atraem, criar o melhor para Portugal e para o mundo em que vivemos, não se conformar com a mediocridade, amar Deus, abrir o futuro, será assim o eixo da pedagogia de Maria Ulrich. É esta a pedagogia e a arte de viver que Luísa Vian nos testemunha.
