Aqui "nasceu" Mangualde!
Terá origens medievais a torre do relógio que dá o nome de Relógio Velho ao aglomerado urbano, também ele de fundação coeva à vetusta edificação, na atual cidade de Mangualde, antiga localidade do concelho de Azurara da Beira. Contudo, aquela construção de arquitetura militar, simples e desprovida de sumptuosidade, mas ao gosto maneirista, é dos séculos XVI e XVII.
Estamos perante uma torre, de planta quadrangular, de granito com reboco pintado de branco nos quatro lados. Exibe, no alçado Este, o mostrador de um relógio, em granito, e com as horas esculpidas em numeração romana, na enfiadura de uma pequena janela que lhe fica por baixo. Na fachada do lado Norte abre-se a porta de vão retangular – única - que dá acesso ao interior onde se encontra uma escada férrea, de três lanços, e que leva até metade da altura da torre - que é encimada por uma janela retangular, na parede do piso superior. Também na fachada Sul se rasga idêntica janela. A torre é rematada por um coruchéu piramidal com pináculo acompanhado do campanário de granito, em arco de volta perfeita, sobrepujado por três pequenos coruchéus, que encima o relógio, e por pináculos a cada um dos cantos.
Entrincheirada no casario do velho bairro vizinho ao Palácio dos Condes de Anadia, era pelo toque do seu sino que os homens-bons eram convocados para as reuniões do concelho.
Segundo a tradição local, a Torre do Relógio Velho é uma reedificação da velha torre sineira medieval que se erguia no centro de Mangualde.
Símbolo local, a torre integrou o relógio da vila até que foi substituído por um aparelho similar, oriundo do Mosteiro de Maceira Dão, que foi colocado em 1837 na torre da Misericórdia.
É Monumento de Interesse Municipal desde 26 de Novembro de 1982, pelo Decreto 28/82.
Na rua que atravessa o Bairro do Relógio Velho, próximo da Torre do Relógio, pode também ser visto e admirado um nicho dedicado a S. Bartolomeu, padroeiro do referido Bairro e ali colocado em 24/08/1988. A memória litúrgica do referido Santo ocorre todos os anos no dia 24 de Agosto, sendo celebrada missa campal junto ao nicho.
Nas imediações poderá ainda ver e visitar o Palácio dos Condes de Anadia cujas origens remontam a finais do século XVI, tendo sido engrandecida a partir de 1644, quando Gaspar Paes do Amaral, Capitão-Mor de Mangualde, instituiu em vínculo a Capela que possuía nos termos da vila, localizada defronte do senado e consagrada a S. Bernardo.
No primeiro quartel do séc. XVIII, Simão Paes do Amaral, mandou reedificar a antiga casa – obras que seriam continuadas por seu filho Miguel Pais do Amaral, Fidalgo da Casa Real, Cavaleiro da Ordem de Cristo, e Senhor Donatário da Vila de Abrunhosa, etc. Estas grandes obras que transformariam a pequena casa com Capela num dos mais importantes Palácios barrocos em Portugal, foram efectuadas ao longo de aproximadamente de um século, só sendo concluídas no tempo de Simão Paes do Amaral Quifel Barberino (+ 1807).
Em princípios do século XIX, o Palácio de Mangualde era conhecido por Casa dos Paes do Amaral mas, pelo casamento de Manuel Paes do Amaral de Almeida e Vasconcelos Quifel Barbarino, 10.º Senhor da Casa de Mangualde, com sua sobrinha D. Maria Luiza de Sá Pereira de Menezes de Mello Sottomayor, 3.ª Condessa de Anadia, passou a ser conhecido por “Palácio Anadia”.
Várias figuras históricas passaram por este Palácio, como o Marechal Massena, Principe d`Essling comandante do exército francês que, em 1810, invadiu Portugal pela terceira vez, ou o El-Rei D. Luiz I, que o visitou em 1882 quando da inauguração do Caminho de Ferro da Beira Alta e mais tarde El – Rei D. Carlos I .
Caracterizado por uma marcante fachada ocidental, por uma italianizante fachada sul e por uma fachada nascente acastelada, pelas suas cantarias, pelos azulejos setecentistas, e obras de pintores como Pellegrini, Giagenti, ou Lanzarotto, o Palácio Anadia é, em Portugal, um dos mais importantes exemplos da arquitectura senhorial setecentista. O Palácio tem uma quinta adjacente com Parque e seus jardins, e uma Mata plantada no século XVIII. O Conjunto arquitectónico está classificado como “Imóvel de Interesse Público”.
Fontes: Página Web do Turismo de Mangualde e Página Web do Palácio dos Condes de Anadia - www.palacioanadiamangualde.com/
Trata-se de uma zona residencial, por isso, é necessária a máxima discrição.