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A natureza na poesia açoriana Traditional Geocache

Difficulty:
1.5 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

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Geocache Description:


A NATUREZA NA POESIA AÇORIANA

 

Compreender o Homem na sua componente insular com as suas raízes, projetando-as na literatura, como parte integrante e comprometedoras da Natureza:

 

"[...] Quisera poder enfeixar nesta página emotiva o essencial da minha consciência de ilhéu. Em primeiro lugar o apego à terra, este amor elementar que não conhece razões, mas impulsos; e logo o sentimento de uma herança étnica que se relaciona intimamente com a grandeza do mar.

[...]Uma espécie de embriaguez do isolamento impregna a alma e os actos de todo o ilhéu, estrutura-lhe o espírito e procura uma fórmula quási religiosa de convívio com quem não teve a fortuna de nascer, como o logos, na água [...]

[...] Meio milénio de existência sobretufos vulcânicos, por baixo de nuvens que são asas e bicharocos que são nuvens, é já uma carga respeitável de tempo - e o tempo é espírito em fieri [...]

Como homens, estamos soldados historicamente ao povo de onde viemos e enraizados pelo habitat a uns montes de lava que soltam da própria entranha uma substância que nos penetra. A geografia, para nós, vale outro tanto como a história, e não é debalde que as nossas recordações escritas inserem uns cinquenta por cento de relatos de sismos e enchentes. Como as sereias temos uma dupla natureza: somos de carne e pedra.Os nossos ossos mergulham no mar.

Um dia, se me puder fechar nas minhas quatro paredes da Terceira, sem obrigações para com o mundo e com a vida civil já cumprida, tentarei um ensaio sobre a minhaaçorianidade subjacente que o desterro afina e exacerba."

(Vitorino Nemésio, "Açorianidade", in: Insula, Número Especial Comemorativo do V Centenário do Descobrimento dos Açores, 
nº 7-8, Julho-Agosto, Ponta Delgada, 1932. p. 59.)

 

                                                               

                         

MÃE ILHA – III

 

Foi isto outrora na ilha das fadas

Embrumada em hortênsias. Não sonhei.

Sobre as lagoas de águas encantadas

Dormiam os fetos e não havia lei.

 

As vacas, nas colinas esfumadas

Ruminavam o eterno. Ali folguei

Na festa das crianças coroadas.

Reinava o Amor e não havia Rei.

 

Dentro da música a casa repousava.

Minha mãe docemente penteava

Os meus cabelos e caíam pérolas.

 

Rumores longínquos da infância oclusa,

Que num desvão da alma ainda debruça

Uma varanda sobre um mar de auréolas.

 

Natália Correia (1923-1993) Sonetos românticos

 

 

 

TERRA DO MEU ORGULHO

 

Bordo do “Vasco da Gama”.

À vista de ilha de S. Miguel

Mar largo. O navio estremece.

A alma de Frei  Gonçalo erra sobre este mar...

Sírius, na proa, ao alto, o roteiro esclarece.

Brilha Vénus à ré. Começa a dealbar.

 

Sinto na boca impura o aroma de uma prece.

O coração, ansioso, é um sino a replicar ...

Céu e mar são um templo azul, que resplandece!

- De  joelhos! San Miguel surge em seu verde altar!

 

Ó terra de meus pais! A arca do meu afecto ...

Mais linda  das que eu vi, de olhar saudoso e inquieto,

Buscando-te rival entre os jardins do mundo ...

 

Terra do meu orgulho, e último bem que espero!

Mãe de Bento Góis e mãe de Santo Antero ...

 - Beijo, a alma de rojo, o teu ventre fecundo!

 

Raposo de Oliveira (1881-1933) In: Antologia de Poesia Açoriana

 

 

Esta caixa foi produzida no âmbito do 4º Curso de Formação para Professores, “Geocaching – Uma ferramenta educativa”, realizado na Escola Secundária da Lagoa, em julho de 2019”.

Additional Hints (Decrypt)

An rfdhvan ngeáf qb zheb

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)