A igreja de Nossa Senhora da Assunção, matriz de Oriola, situa-se na Herdade das Torres, nos arredores de Oriola, junto à margem direita da Ribeira de Odivelas, em zona sazonalmente alagada pela barragem do Alvito. O actual templo, dos finais do século XV, inícios do XVI, sucede a um outro, de invocação a Santa Maria, já existente em 1270, marco de religiosidade e urbanidade da vila de Oriola, que na altura se situava na Herdade da Represa, hoje designada Herdade das Torres.
A actual igreja, um interessante exemplar da arquitectura alentejana do gótico final, de uma só nave, com cobertura de abóbada de nervuras, suportada por contrafortes, coroados por coruchéus cónicos, encontra-se, tal como os anexos, em avançado estado de degradação, devido, pelo menos parcialmente, ao seu isolamento. Por outro lado, existe pelas razões já expostas, um claro divórcio, entre os paroquianos e esta igreja, dado que em determinadas partes do ano, a mesma não é acessível.
O templo apresenta uma fachada, antecedida por nartex, de três arcadas, coroado superiormente por tabela circular, com inscrição da Ordem de Malta, a rematar o conjunto, campanário decorado com volutas, de época posterior. A frontaria é ainda flanqueada por contrafortes diagonais. As fachadas laterais apresentam contrafortes, coroados por coruchéus cónicos, como acontece por exemplo na igreja de S. Francisco de Évora, ou na ermida de S. Brás, também daquela cidade.
A planta é longitudinal composta de uma nave, capela-mor de planta quadrada e sacristia; a norte apresenta dependência lateral. A cobertura, como é comum nas igrejas do gótico final alentejano, é de nervuras, que descansam em mísulas embebidas nas paredes. A sacristia, contemporânea do imóvel, apresenta também, abóbada nervurada. Arco de triunfo, de granito, de volta perfeita, assente em colunelos embebidos, antecede a capela-mor. O altar-mor apresenta retábulo de talha dourada e marmoreada, segundo os cânones da talha rococó da escola de Évora e é provavelmente da autoria de mestres daquela cidade. Este retábulo é composto por colunas salomónicas, decoradas por grinaldas, que enquadram nicho central e peanhas laterais. O coroamento superior do retábulo é feito por cartela com o símbolo da Ordem de Malta, rematado por frontão recortado. O arco do triunfo é ladeado por dois altares, também de talha dourada, do início do século XVIII, de invocação a Nossa Senhora da Conceição, correspondendo ao lado do Evangelho e às Santas Almas, o lado da Epístola.
A decoração do templo é ainda completada por pintura mural, neoclássica, de inspiração pompeiana. Na cabeceira, estão representados os atributos do Santíssimo Sacramento e na área do baixo coro, decoração de gregas e grinaldas, com sabor popular.
Ana Maria Borges, DRCA, Junho de 2009
Por favor não vandalizem a igreja... É preciso algum cuidado ao passear dentro dela por haver estruturas em ruina.
A cache está no exterior à mesma.
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