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Igreja de São Domingos Traditional Geocache

Hidden : 8/11/2018
Difficulty:
1.5 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

Size: Size:   small (small)

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Geocache Description:


Igreja de São Domingos


Foto de quando ainda o seu telhado resistia e as portas estavam abertas permitindo visitar o seu interior.

Entre as várias dezenas de locais de culto cristão edificados no atual município de Portalegre, a igreja de São Domingos tem um estatuto especial. Abandonada e progressivamente arruinada desde há 90 anos a esta parte, continua a atrair a atenção da população local, dos investigadores e dos interessados pelo património religioso. 
Há razões para tal. Não podendo considerar-se um monumento cimeiro na arte nacional ou sequer regional, possui ainda assim elementos materiais e imateriais que a elevam a um estatuto ímpar, como edifício e como memória. Passadas nove décadas de erosão, bem merece um restauro e uma reedificação que respeitem todos os valores que a envolvem e que a ela estão subjacentes. Decerto não se descobrirá aí “o maior tesouro junto que há no mundo” nem “os dous sinos muito grandes enterrados ao pé de uma figueira alvar, cheios de ouro amoedado”. O tesouro é outro – e deve ser preservado custe o que custar. 
A igreja de São Domingos, antiga matriz de Fortios, situa-se a curta distância do cemitério da localidade, sobrepondo-se a um conjunto de ruínas que, decerto, remontam à época luso-romana. É ainda hoje fácil encontrar nas suas redondezas materiais de superfície desses tempos e aí foram descobertas pelo menos duas inscrições em caracteres latinos. Uma delas, datável do século I d. C., muito mutilada e hoje desaparecida em local incerto do Museu Nacional de Arqueologia, está estudada e pertencerá a uma estela funerária de um escravo liberto. A segunda, ainda no local, tem gerado grandes dúvidas de leitura (“um texto assaz sibilino”, escreveu José d’ Encarnação): estando escrita no alfabeto latino, apresenta uma expressão púnica (língua falada pelos indígenas) que indica a existência no local de uma albergaria (o que está de acordo tanto com a passagem pelas proximidades de uma via romana quanto com alguns topónimos locais, com a mesma origem semita).
A igreja que hoje conhecemos, apesar de abandonada e meio-arruinada, permite-nos entender o que foi a sua evolução a partir de finais do século XV. Deve resultar da reconstrução total do edifício anterior à Reconquista Cristã em época indeterminada.
Não sabemos em que data a igreja de Fortios – a que “os mouros chama[va]m S. Domingos da Penha”, como refere o Pe. Diogo Sotto Maior – passou a ter estatuto paroquial. O manancial de informação recolhido no excelente livro do Cónego Bonifácio Bernardo indica-nos apenas que desde 1501 os sacramentos eram administrados pelo pároco de Sta. Maria do Castelo de Portalegre, sendo provável que a freguesia tenha sido criada por volta de 1575.
Em mau estado de conservação, as diligências do pároco da época não conseguiram impedir a sua derrocada parcial em 1925 e a transferência da sede paroquial para a pequena e insuficiente igreja de São Sebastião, situada na aldeia dos Fortios. Houve tentativas de reconstrução logo em 1926/27, chegando a ser reedificada e alteada a torre, em 1929. O facto é que todas as diligências se goraram e noventa anos depois continua numa triste ruína.
Espera-se que o futuro lhe traga melhores dias. Se tal reconstrução ocorrer, como se deseja, ela deve respeitar e restaurar todos elementos patrimoniais artísticos ainda subsistentes, com a intervenção de técnicos especializados, devidamente certificados. Será ainda uma boa ocasião para a arqueologia escavar tão rico local. Certamente não perderá o seu tempo.


Importante:
Pedimos a todos para terem a máxima atenção ao retirar a cache do local, pois apesar de parecer que não existe grande movimento, quase sempre alguém que vagueia por ali perto.
A cache não contém material de escrita.


Fotos da igreja nos dias de hoje, com o telhado caído e paredes vandalizadas.

Additional Hints (No hints available.)