Foi analisada pelo engenheiro espanhol D. António Goncalves y Garcia Menezes, em data anterior a 1855.
Lopes (1892) descreve a existência de “um pequeno estabelecimento balnear, onde há vários tanques e quartos destinados a alojamento de doentes”.
A primeira concessão foi dada em 1893 a uma família residente na Amareleja, de quem Helena Garcia Pulido vem a ser herdeira, recebendo em 1939 o alvará de transmissão de exploração. Nesse mesmo ano é definida a área de proteção da nascente de 50 hectares
Em 1940 é nomeado diretor clínico o Dr. Agostinho Caro Quintiliano. Curiosamente, a portaria que o nomeou não lhe permitia “concorrer ao lugar diretor clínico de qualquer outra Estância Hidrológica”. Ainda nesse ano outra portaria aprovava o preçário.
Este mesmo diretor, no seu relatório, diz sobre as termas: “A fonte de Santa Ana é uma pequena estância termal com frequência reduzida e na sua quase totalidade constituída por gente da classe pobre com residência na freguesia da Amareleja.” Nesse ano inscreveram-se 106 aquistas e foram dados 932 banhos (9 banhos por tratamento)
O balneário contava então com 16 quartos de banho. A água era elevada por bombagem e aquecida a uma temperatura de 36 a 38º, e depois canalizada para as banheiras.
No início dos anos 1950 é construída a Pousada de S. João, de que resta a portaria, e desta data deve ser também o ajardinamento do local da nascente.
No Anuário (1963) estas termas são relacionadas como tendo uma buvete e um balneário tipo rústico, além da pousada pertencente ao concessionário.
O local termal e toda a Herdade dos Ourives foram propriedade da família Garcia Pulido, até à venda feita nos anos 1980 a Vasco Faria, industrial residente no Porto. A pousada e o balneário foram então demolidos.
Na monografia “ Moura - Notas Históricas”, o autor descreve o local em pinceladas bucólicas: “Uma sombra fresca junto da fonte de Santa Ana ou o repouso na Pousada de S. João, onde se hospedam veraneantes em busca de saúde. São ali as Termas!... Lugar ótimo de sossego pois convida ao descanso, aquela estância envolta no silêncio que se desentranha das calmarias alentejanas”.
Da pousada resta hoje um triplo arco, que serviu em tempos de portaria ao jardim que antecedia a pousada, mas esta foi arrasada e a mesma sorte tiveram os balneários. No local da nascente ainda se adivinha a descrição do autor citado: “A Fonte de Santa Ana, generosa, uma gota de água fresca e medicinal, enquanto se emoldura num dos mais aprazíveis recantos que ali se encontram. Até ela, conduz uma pérgula com sombras coadas de uma abóbada florida em jardim suspenso. Neste corredor, muitas vezes em tarde de piquenique, retalhados de sol vêm pôr suas cintilâncias cristalinas em copos e talheres de mesa improvisados por forasteiros das proximidades.”
Este corredor de cerca de 20 m, actualmente um varandim de frescura ao sol do Verão alentejano, é uma construção em três corpos, sendo os dois primeiros uma zona ajardinada. O terceiro, três degraus acima dos anteriores, forma uma espécie de “templete” onde se encontra a fonte (seca na altura da visita), com um painel de azulejos dos anos 1940-50, representando Santa Ana.
A nascente é um poço, localizado entre os dois corpos ajardinados, de onde atualmente se retira a água, este poço é descrito com 7 a 8 m de profundidade, brotando a nascente de um calcário terciário (Acciaiuoli 1944, IV: 181). A água era bombeada para os balneários e fonte.
O primeiro alvará foi de 3 de Novembro de 1893
Alvará de Transmissão de 12 de Junho de 1936
Declaradas abandonadas em 1968
Da antiga pousada de S. João só resta o arco da portaria.
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