A fim de reivindicar um found nesta EarthCache dirigiam-se às coordenadas fornecidas.
Aqui reúne os dados necessários para poderes reponder às seguintes perguntas:
A minha homenagem ao Professor Telles Antunes, que descobriu este local, e eu tive o privilégio de assistir às suas aulas.
Do texto foram retiradas palavras, transformadas em perguntas, que no local terão a possibilidade de completar esta earthcache.
1. Qual o tipo de rocha onde se encontram os rastos fossilizados dos SAURÓPODES?
A) basalto
B) calcário
C) xisto
2. Calcule os graus de inclinação e orientação da jazida onde se encontram estas pegadas.
3. Quantos rastos aqui existem?
a) 2
b) 3
c) 4
d) 5
e) 6
f) 7
4. Qual a largura e o comprimento da pégada dos pés neste local?
a) 50 cm de comprimento por 15 cm de largura
b) 30 cm de comprimento por 25 cm de largura
c) 40 cm de comprimento por 35 cm de largura
Se achas que tens as respostas correctas, faz o teu log de "found", e envie-me suas propostas de respostas através do meu perfil ou via messaging geocaching.com (Message Center), e entrarei em contato consigo em caso de problema.
Jazida de Icnofósseis de Dinossáurio da Pedreira do Avelino
Localização: Zambujal (Freguesia do Castelo)
Classificação: Monumento Natural, pelo Decreto Reg. n.º 20/97, de 7 de maio Estatuto de Proteção: Inexistente
Interesse: Interesse científico: elevado | Interesse didáctico: elevado | Interesse cultural: elevado
Monumento Natural da Pedreira do Avelino. Diploma de criação e área.
Criação: Decreto n.º 20/97, de 7 de maio.
Área: 1,66 ha.
Pedreira do Avelino – Zambujal, Sesimbra Idade: 150 Ma (Jurássico superior)
Tipos de fósseis: Pegadas (impressões) Dinossáurios: Saurópodes
Destacam-se: • Pistas estreitas de saurópodes • Uma pista incompleta de um saurópode • Um saurópode com 1,2 m do solo à anca e outro com 4 m • Velocidades de deslocação entre os 2 e os 4 km/h
Caracterização
As jazidas de icnofósseis da Pedreira do Avelino constituem um importante conjunto de ocorrências paleontológicas no concelho de Sesimbra (zona do cabo Espichel), na freguesia do Castelo.
Sobressai no domínio da paleoicnologia dos dinossáurios, devido ao seu interesse científico, que lhe é conferido pela elevada qualidade dos icnitos e trilhos em que se constituem, pelo seu número, diversidade e distribuição no tempo.
A Pedreira do Avelino situa-se na povoação de Zambujal (Sesimbra) e, actualmente, é um interessante exemplo de recuperação natural de uma paisagem modificada pela exploração dos recursos naturais.
Em cerca de 10 metros de uma sequência de camadas de [PERGUNTA 1] do Jurássico superior foram identificados quatro níveis (ou jazidas), com pegadas de dinossáurio.
No nível 1 descobriu-se uma impressão oval e no nível 2 existe uma marca em forma de crescente.
O nível 4 apresenta uma impressão pobremente preservada e sem pormenores morfológicos a registar.
A jazida com maior área exposta é o nível 3.
Está pouco inclinado [PERGUNTA 2]e é composto por dois afloramentos que distam um do outro cerca de 28 m .
Revela [PERGUNTA 3] rastos bem definidos, constituídos por marcas ovais, seguidas por outras de menores dimensões em forma de crescente.
Todas as pistas são estreitas, não existindo nenhum espaço entre o eixo médio de progressão e a margem interna das impressões ovais.
A morfologia destas pegadas e o modo como estão organizadas indicam que foram saurópodes que as produziram.
Na pista número dois encontram-se as impressões mais pequenas que se vêem no afloramento.
O animal que fez esta pista deixou marcas de pés com [PERGUNTA 4] e de mãos com 18 cm de largura por 13 cm de comprimento.
Os valores médios do passo e da passada são, respectivamente, cerca de 70 cm e 1,2 m.
O maior animal que aqui passou deixou a pista 4, uma sequência de marcas de mãos com forma de crescente, com 46 cm de largura por 30 cm de comprimento.
Estas revelam uma capa fina resultante de sedimento brando que transbordou da impressão e se derramou para a sua periferia, devido à pressão exercida pelas mãos no solo.
A única impressão dos pés que se detecta quando há luz rasante à laje (o que se verifica nas primeiras horas da manhã), é oval e tem aproximadamente 1 m de comprimento.
Os valores médios do passo e da passada são, respectivamente, 1,6 e 2,3 m.
A pista 4 é incompleta e foi a primeira pista de saurópode constituída predominantemente por marcas de mãos assinalada em Portugal, no Jurássico superior.
As pistas incompletas de saurópodes têm sido atribuídas a animais que flutuavam parcialmente.
O reconhecimento da pista 4 num nível com trilhos completos permitiu corroborar a hipótese de que as pegadas dos rastos incompletos podem ser subimpressões ou o resultado da distribuição diferencial do peso do animal.
Um saurópode pode deixar marcas das mãos numa camada abaixo sem que os pés alcancem tal profundidade porque a sua área plantar não lhes permite enterrarem-se tanto como as mãos.
A ausência de espaço entre as margens internas das impressões dos pés permite atribuir estas pistas ao tipo Parabrontopodus, as quais são bem diferentes de outras em que o espaço entre as margens internas das pegadas pode chegar a ser duas vezes a largura das marcas dos pés.
As pistas de saurópodes do tipo Brontopodus têm sido atribuídas a braquiossáurios ou a titanossáurios, porém, ainda não há consenso em relação aos autores de Parabrontopodus.
Admite-se que não pertençam a nenhum dos grupos anteriormente mencionados.
Um dos aspectos mais interessantes deste icnótopo é a grande diferença nas dimensões dos saurópodes que produziram os rastos do nível 3.
A altura, do solo à anca, do saurópode que fez a pista 2 seria de 1,2 m em contraste com a do dinossáurio que deixou a pista 4, que teria cerca de 4 m (quase três vezes maior).
As pistas do nível 3 representam animais de dimensões muito diversas que se deslocavam segundo rotas variadas, pelo que se considera que esta jazida não fornece evidências de comportamento gregário entre os saurópodes que aqui passaram.
Todos os dinossáurios estavam a deslocar-se entre os 2 e os 4 km/h.
Pequeno glossário
Dinossáurio - provém da palavra "dinosauria", criada por um cientista inglês para designar um grupo de organismos de que apenas se conhecem fósseis. "Dinossáurio" provém do grego "deinós" que significa "espantoso, terrível, perigoso, medonho" e "saûro" que significa "lagarto".
Icnito ou icnofóssil - do grego "iknos" que significa "traço" ou "vestígio". Na verdade, é um fóssil de vestígios da atividade biológica de organismos que existiram no passado (as pegadas, as pistas de deslocação, os excrementos, os ovos e as marcas de dentadas fossilizadas são exemplos de icnofósseis).
Jurássico - período geológico no qual dominaram os dinossáurios e em que o desenvolvimento da vegetação era abundante. Durou cerca de 54 milhões de anos, sensivelmente entre 208 a 144 milhões de anos atrás.
Saurópodes - dinossáurios pertencentes à Subordem Sauropoda. Eram herbívoros com cabeça pequena e pescoço e cauda compridos.
Bibliografia Santos, V.F. (2008) – Pegadas de dinossáurios em Portugal. Museu Nacional de História Natural. Museus da Politécnica. Universidade de Lisboa. 123 pp. Santos, V. F. (2003) – Pistas de dinossáurio no Jurássico-Cretácico de Portugal. Considerações paleobiológicas e paleoecológicas. Tese de Doutoramento, Fac. Ciências da Universidade Autonoma de Madrid, 365 pp. (inédito). Lockley, M. G. & Santos, V. F. (1993) - A preliminary report on sauropod trackways from the Avelino Site, Sesimbra Region, Upper Jurassic, Portugal. Gaia, 6:38-42. Antunes, M. T. (1990) - Dinossáurios em Sesimbra e Zambujal - Episódios de há cerca de 140 milhões de anos. Sesimbra Cultural, 0:12-14