São conhecidos, desde o tempo dos fenícios, os movimentos comerciais que passaram pelo rio Mondego - em especial por Reveles - que, dada a sua localização geográfica, chegou a ter papel alfandegário e fiscalizador do tráfego fluvial da época. Com o evoluir dos tempos, o rio manteve-se como via de comunicação, chegando o peixe da Figueira da Foz a ser vendido pelas peixeiras que subiam, rio acima, nas bateiras - barcos estreitos mas de fundo plano - que se encarregavam da movimentação de mercadorias e pessoas ao longo de toda a faixa fluvial. Não era raro, ainda há perto de 40 anos atrás, na década de 70, encontrar trabalhadores rurais da outra margem do rio a trabalhar nas quintas das redondezas. Nos tempos das romarias, não eram raros os barcos que subiam o Mondego desde a Figueira da Foz para trazerem romeiros com destino à Festa de Nossa Senhora da Saúde.
O advento do comboio ditou o fim da era do transporte fluvial do Mondego - sendo mais rápido, com ligações a sítios distantes e não estando dependente directamente da força das marés, o transporte fluvial começou a perder importância à medida que o poder de compra das pessoas começava a permitir a utilização mais regular do comboio em detrimento do transporte fluvial, mais barato.
A canto do cisne do transporte fluvial apareceu finalmente com as obras da bacia hidrológica do Mondego, as quais levaram ao desvio do leito do rio e aterramento do antigo Porto do Carril, à qual ainda se acresce a criação de mais uma barreira física representada pelas valas de regadio que correm paralelamente ao rio. Curiosamente, o fim do transporte fluvial implicou uma espécie de isolamento forçado entre as populações das duas margens do rio, agora forçadas a um enorme desvio para se reencontrarem.
Esta cache é também o ponto inicial - e final - do nosso Geotrackable "Team AlNya Celtic Culture Tour" (http://if.gs/ALNYA-5A1A) GeoTrackable.org é um site que permite gratuitamente criar, registar e seguir "trackables", aquí designados por "GeoTrackables" |