XV - Aves dos Açores - Pintassilgo
Algumas pessoas conhecem-no desde crianças, dado ser uma espécie habitualmente mantida em cativeiro pela sua inegável beleza e pelo seu bonito chilrear. Contudo, não há melhor forma de apreciar esta ave do que em plena liberdade, num bando reunido em campo aberto à procura de sementes na erva alta ou a voar alegremente, emitindo o seu chamamento borbulhante.
Identificação
Esta espécie é relativamente pequena e elegante, de tamanho e fisionomia semelhantes a um canário-da-terra, mas com a cauda mais chanfrada. O seu bico é esbranquiçado e tem um formato peculiar, mais afilado do que é costume nos restantes fringilídeos presentes nos Açores (tentilhão dos Açores, priolo , canário da terra , verdilhão e pardal ) .
As penas de voo são, de um modo geral, pretas e com pintas brancas na extremidade. Contudo, quando em voo, saltam à vista as bonitas barras alares, de um amarelo bastante vivo e que fazem lembrar uma ave exótica. Para tal também contribuem as penas vermelhas da face e garganta, as quais fazem fronteira com um colar branco que se estende até à nuca.
A restante plumagem é em tons de castanho, escuro no dorso e claro no peito. O abdómen é branco e as patas são castanhas-claras.
O dimorfismo sexual é pouco acentuado, limitando-se a uma pequena diferença na extensão da mancha vermelha da face. Desta forma, nas fêmeas a fronteira é a linha do olho, ao passo que nos machos a mancha se estende desde o bico até alguns milímetros para trás dos olhos.
Já os juvenis apresentam uma plumagem menos conspícua, sendo de um modo geral mais acastanhada e sem qualquer pena vermelha na face. Quanto às penas de voo, são semelhantes às dos adultos, característica que nos revela que estamos mesmo a observar pintassilgos, no caso de estranharmos a sua plumagem e podermos ficar com dúvidas.
O pintassilgo possui um canto desenvolvido – um chilreado forte e rápido, com várias notas – mas, de um modo geral, fácil de distinguir dada a pouca variedade de passeriformes nos Açores. Apenas algumas notas do canto do canário da terra, quando ouvido de forma incompleta podem assemelhar-se ao desta espécie.
Abundância e calendário
Espécie introduzida no arquipélago. Residente. Não é uma das espécies mais abundantes dos Açores, estando claramente abaixo dos números populacionais do tentilhão dos açores e do canário da terra No entanto não é difícil observá-lo, dada a tendência para se agregar em bandos. A melhor altura para avistar esta espécie é durante o Verão, mais precisamente nos meses de Julho e Agosto.
Onde observar
Em todas as ilhas dos Açores, principalmente a baixa altitude, sendo em geral pouco comum acima dos 300 m.
Apesar de tímido partilha habitats próximos ao ser humano, sendo comum em jardins e parques urbanos ou hortas e terrenos agrícolas com sebes e canaviais. É igualmente abundante em pastagens e restantes campos abertos situados a baixa altitude, com pouco pastoreio, de forma a que as diversas espécies de herbáceas tenham tempo de desenvolver sementes. Gosta particularmente de dentes-de-leão, girassóis e cardos, completando a sua dieta com insetos presentes nas hortaliças.
Corvo – Devido à reduzida dimensão desta ilha e à densidade de aves existentes, o Caldeirão e suas encostas, é um dos locais onde é mais fácil observar esta espécie.
Flores –Ponta Delgada, Santa Cruz, Fajã Grande.
Faial– Porto Pim, Feteira, Castelo Branco, Pedro Miguel.
São Jorge – Ponta dos Rosais, aeroporto, Urzelina, Topo.
Pico – Costa oeste da Madalena, aeroporto, campos agrícolas da área de São Roque , Lages e Piedade.
Graciosa – Serra Branca e Santa Cruz.
Terceira – Paul da Praia da Vitória , Paul do Belo Jardim ,Cabo da Praia , Fajã da Serreta , Aeroporto das Lajes.
São Miguel – Alguns jardins de Ponta Delgada (ex: Museu Carlos Machado e António Borges) , Sete Cidades , Lagoa das Furnas , Mosteiros , campo de Santana, pastagens na zona da Ribeira Grande, Nordeste.
Santa Maria – Aeroporto , Anjos,arredores de Vila do Porto e Santo Espírito.
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