Emissário Submarino
O Emissário Submarino foi inaugurado em 21 de julho de 1978 com a presença do então presidente da República, general Ernesto Geisel. Sua construção passou a ser necessária para melhorar as condições sanitárias e a balneabilidade das praias. Na época, o Estuário e a Zona Noroeste ainda não contavam com o sistema de coleta de esgoto e a forma utilizada já causava problemas. O Emissário e o Interceptor Oceânico que conduziriam o esgoto de Santos até o alto-mar começaram a ser projetados pela antiga Superintendência do Saneamento da Baixada Santista (SBS), em 1969. O Interceptor construído sob a faixa de areia possui uma extensão de 4.900 metros e está instalado numa profundidade que vai de dois a quatro metros. Sua função é recolher as águas dos canais de drenagem. O sistema de tratamento de esgoto do Emissário Submarino tem capacidade para atender a uma população de 2 milhões de habitantes, com uma vazão de 7 mil litros de esgoto por segundo. Inicia na praia do José Menino, ao lado da Ilha Urubuqueçaba, e se estende cerca de 3.900 metros mar adentro. Atende as cidades de Santos e São Vicente. A plataforma tem 400 metros de comprimento por 10 de largura. Na década de 80, várias sugestões para a utilização do local foram levantadas, entre elas, um estacionamento de ônibus de hóspedes de hotéis da orla e a instalação do Playcenter e circos Tihany, Orlando Orfei e Vostok. A solução mais adequada, no entanto, foi o Parque Municipal Roberto Mário Santini, que foi inaugurado em 26 de janeiro de 2010, hoje usufruído por santistas e turistas em múltiplas atividades esportivas, culturais e de lazer, em uma área de 43 mil m². O local tem extensas áreas verdes ajardinadas, pista de cooper, ciclovia, playground, pista de skate projetada para competições internacionais, equipamentos de ginástica ao ar livre, gibiteca, sanitários, bicicletário e um heliponto, além de uma escultura da artista plástica Tomie Ohtake, inaugurada durante as comemorações ao centenário da imigração japonesa. Com espaço para abrigar competições de surfe, o complexo conta com o Museu do Surfe, torre de jurados e arquibancada para cerca de 600 pessoas, junto ao quebra-mar, com guarda-corpo em aço inoxidável, igual aos das passarelas dos canais. Também tem câmeras de monitoramento instaladas e placas de comunicação visual. O projeto do parque, denominado As Ondas Santos 21, é assinado pelo arquiteto Ruy Ohtake.
Tomie Ohtake e o monumento do Emissário Submarino
Um sucinto movimento vermelho na primeira praia da cidade. A cor, emoldurada pelos claros tons do mar, simboliza a bandeira do Japão.
Desde 2008, o monumento do Emissário Submarino encanta santistas, visitantes das praias de São Vicente e turistas que chegam por aqui nos cruzeiros.
Emissário Submarino em Santos
A escultura não tem um nome oficial, assim como todas as outras assinadas pela artista plástica Tomie Ohtake, mas em nossos imaginários ganhou idealizações para a forma e diversos nomes.
Seus 15 metros de altura são mais que um dos cartões postais da cidade. Mostram a homogeneidade da nossa região, que recebeu os primeiros japoneses de braços abertos. Mesmo sendo uma estrutura de aço na cor vermelha, que contrasta com o mar, ela evoca uma leveza sem igual, como uma fita que se move junto ao vento.
O site Novo Milênio, em reprodução do Diário Oficial de Santos, relata que ela explicou: “Nenhum trabalho meu tem nome. Prefiro que cada pessoa busque a sua interpretação”, ressaltando que ela deverá ser instalada apontando para o mar, de modo a permitir a visão tanto para quem está em Santos como também para quem estiver em São Vicente”.
Ainda mais leve era a alma de Tomie. Os que puderam conviver ou estar com a artista em algum momento costumam dizer que os 101 anos não pareciam pesar.
Uma pneumonia levou Tomie ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internada desde o dia 2 de fevereiro. Apesar de reagir bem ao tratamento, a artista sofreu uma parada cardíaca e após dois dias na UTI, não resistiu. Faleceu no dia 12 de fevereiro de 2015.
Brasil, Japão e todos os amantes da arte celebram a genialidade da artista em forma de despedida. Nós, santistas, continuaremos a admirar sua obra e criar nomes, como ela queria que fosse feito.