A Portela é o grande marcador identitário dos horizontes da Cova da Beira. O sitio delimita e ao mesmo tempo une fronteiras milenares entre o Norte e Sul, a raia e as linhas do crepúsculo concentrando metáforas de sentires geo-históricos enrizados aos amplos horizontes visuais que se percecionam a partir da Portela.
Constitui uma realidade da paisagem cultural assim captada por Orlando Ribeiro o grande mestre da geografia regional portuguesa. “Pelo interior, começam nos plainos do sopé da cordilheira central: a sombra da montanha estende ainda um pouco de viço de pinhais hortas e milhos regados; mas logo o sobreiro se avantaja aos carvalhos e castanheiros, a azinheira aparece e solo se reparte em largas folhas de trigo, de restolho e de pousio. Da portela de Alpedrinha o contraste é impressionante entre as serranias que pelo norte, barram o horizonte próximo e planalto a que se não vê o fim sobre ele as manchas de verdura vão-se tornando cada vez mais desbotadas, indecisas e distantes. Na verdade, é o Alentejo que se anuncia.”
No percurso, o coberto vegetal é intercalado por cerejeiras, pinheiros, carvalhos, castanheiros e arbustos endémicos: carqueja, urze e tojo. No Outono e na Primavera, as florestas de fagáceas e resinosas, por entre folhas, ramos e material inerte deixado no solo oferecem-nos reino de vida: o reino fungi. É fácil encontrar diversas espécies tais como, boletos, tortulhos, amanitas, lactários, cantarelos, russulas, entre outros. O Cogumelo é a temática para a realização no ALCAIDE do animado Festival Gastronómico em Novembro.
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