Açude dos Três Cepos
As suas águas sempre correram pelos campos entre os talhos, galgando por vezes as margens em Invernos rigorosos e alagando os campos em redor, espreitando a várzea, varando a Valada, renovando a terra, moldando novas culturas. Os nabos, os pimentos e o milho sempre cresceram devido às suas águas e sempre lhe ficaram agradecidos.
Muitas foram as noites em que as enguias eram surpreendidas por chapéus-de-chuva de curiosos pescadores, muitos foram os dias em que os achigãs mordiam os anzóis pendurados em fios de coco atados em canas da Índia cortadas junto à ponte da D. Aurora.
Nas intermináveis tardes de Verão, aquando o calor precisava de ser enganado com a frescura das águas, o que surgia à frente dos olhos era sempre o rio. Vamos dar um mergulho ao Almonda? Perguntavam eles uns aos outros, adivinhando obviamente a resposta. Ninguém resistia ao rio. Amansando a água, paralisando-a como um espelho, refletindo nela o porte altivo das árvores e das pranchas dos saltos, o açude dos três cepos era sempre o local escolhido onde o cânhamo mergulhava e os tentilhões tombavam que nem tordos atordoados.
O fato de banho era coisa secundária, qualquer trapinho servia para imitar o Johnny Weissmuller, que todos sonhavam ser transformados no Tarzan do Almonda, em aprumos físicos ganhos nos ginásios da vida e nos palcos do teatro. As tardes eram claras e luminosas como as águas do Almonda. O rio estava ali numa contínua, serena e eterna companhia, e as pessoas eram tão vivas e transparentes como a limpidez do seu leito.
Respeitado e amado por todos quantos faziam refletir na sua água a vida que estava por vir, o rio vibrava, brilhava. É curioso, já há muitos anos que não se ouve alguém lançar o desafio: vamos mandar um mergulho ao Almonda? Por que será, se o rio ainda lá está?
Texto retirado do jornal "O Riachense" de 20 de abril de 2016 e da autoria de Carlos Tomé.
A Cache
Esta cache pretende dar a conhecer o açude dos três cepos, que é desconhecido para a maior parte dos jovens riachenses. Era neste local que as crianças e jovens de antigamente se banhavam nas águas cristalinas e límpidas do Almonda.
É certo que os jovens riachenses atuais não conhecem este tipo de águas do Almonda, em virtude da poluição que há anos desgraça este rio, que em tempos era famoso por enormes e grandiosos concursos de pesca nacional.
A foto do cabeçalho mostra o açude como ele é atualmente, visto para quem vem da Estrada Real, próximo da Barreta. Será portanto a visão que os geocachers irão encontrar.
A do rodapé dá uma outra visão do açude, uma vez que pode ser vista para quem vem do cemitério, através da rua da Fonte (Cemitério) até à Valada.
Para fazer esta cache alerta-se para o facto de que na Estrada Real não é permitido andar de carro na mesma, tal como está devidamente sinalizado à entrada da mesma. A melhor maneira de a fazer será de bicicleta ou através de uma bela caminhada. O container é de tamanho pequeno e decorado com uma foto dos anos 40. Contém logbook, lápis, afia e alguns itens de troca. Deixem tudo como o encontraram, tirem fotos e boas caches.
