Skip to content

Listen to the Rock EarthCache

Hidden : 5/14/2016
Difficulty:
2 out of 5
Terrain:
2 out of 5

Size: Size:   other (other)

Join now to view geocache location details. It's free!

Watch

How Geocaching Works

Please note Use of geocaching.com services is subject to the terms and conditions in our disclaimer.

Geocache Description:


 

 

Sobre a geoforma que se encontra no gz

(as notas e explicações desta secção da listing tornam-se mais interessantes se acompanhadas da observação no gz da geoforma onde são visíveis os fenómenos distintivos descritos)

O granito (do latim granum - grão, em referência à textura da rocha) é um tipo comum de rocha ígnea ou rocha magmática de grão fino não metamórfica, médio ou grosseiro, composta essencialmente pelos minerais quartzo, mica e feldspato, tendo como minerais acessórios mica (normalmente presente), zircão e outros minerais. É normalmente encontrado nas placas continentais da crosta terrestre. O granito é quase sempre sólido (sem estrutura internas), duro e resistente, sendo por essas qualidades usado como pedra para a construção civil. A densidade média do granito situa-se entre 2,65 e 2,75 g/cm3. A sua temperatura de fusão é de 1215 - 1260 °C.

Com esta earthcache ficarás a compreender, entre muitas outras informações interessantes:

  • Como surgem formas semelhantes à “orelha” humana na geoforma que se encontra no gz
  • Como se formam fraturas como a que se encontra nessa mesma geoforma

O texto que se segue foi extraído/adaptado da Tese de Mestrado de Augusta Maria Rodrigues Torres Pinto, “Caracterização e Valorização do Património Geológico da Penha”, de 2011

O relevo granítico é um conjunto de fisionomias características das rochas ígneas intrusivas. Estes relevos provêm de modelados diferenciais, resultantes de processos de meteorização e de erosão seletivas (Gilsanz, 1996).

A meteorização das rochas ocorre por interação destas com a atmosfera, a hidrosfera e em menor volume a biosfera, originando três tipos principais de produtos: partículas pequenas de rocha e de minerais, iões em solução e minerais de neoformação.

Os fatores condicionantes são: o tipo de litologia, nomeadamente os minerais constituintes, textura, estrutura, fraturas e outras estruturas geológicas que afetem o corpo litológico; a topografia onde se situa, a qual condiciona a percolação de água no seu interior; o clima existente na superfície terrestre, principalmente as características relativas à temperatura e à disponibilidade de água no estado líquido, pois delas depende o balanço entre os processos de meteorização físico/química da rocha num determinado intervalo de tempo geológico, cujo efeito é observado pelo tipo de ajustes das propriedades físicas e químicas dos minerais e da rocha (Summerfield, 1991).

A água é um agente de meteorização química e física, capaz de penetrar as rochas por percolação sob ação da força de gravidade e por capilaridade nos poros em conexão (Summerfield, 1991).

Embora existam indícios da ocorrência de alguma meteorização química em regiões de condições climáticas secas, esta é fundamentalmente descrita em locais com humidade e circulação de gases, caracterizada pela ocorrência de reações de oxidação-redução, carbonatação, dissolução, hidratação e hidrólise.

A dissolução é o processo mais simples na decomposição de minerais e envolve a ação da água como solvente. A solubilidade dos minerais é afetada pela temperatura e pelo pH. Alguns minerais têm uma grande capacidade de absorver água na sua estrutura cristalina ficando hidratados. A hidrólise envolve a troca de catiões metálicos (K+, Na+, Ca2+ e Mg2+) da rede dos minerais por iões H+ e a combinação dos aniões OH- com os catiões libertados. O CO2 entra nos sistemas de meteorização como produto resultante da respiração celular das raízes das plantas e devido aos processos de decomposição orgânica. A dissolução de CO2 na água das chuvas e águas superficiais torna a meteorização química mais intensa sobre as plagioclases do que a hidratação, originando minerais de argila, como a caulinite. A oxidação-redução, como processo de meteorização, deve-se à ação do oxigénio dissolvido na água. O ferro existe como Fe2+ na maioria dos minerais, mas pode ser convertido em Fe3+. Desta forma, a estrutura do cristal é danificada e só pode ser reparada pela perda de outros catiões. Este mecanismo pode levar ao colapso da rede do mineral, tornando-o mais vulnerável à ação de outros processos de meteorização. Para além dos processos descritos, pode ainda ocorrer substituição de um catião por outro na estrutura da mineral. A ação de ácidos orgânicos sobre as rochas é também um importante processo de meteorização química. Os aniões dos ácidos orgânicos são fundamentais na remoção de catiões dos minerais silicatados e na dissolução dos carbonatos. Os ácidos orgânicos formam agentes quelantes com um significado particular na meteorização, pois conseguem mobilizar catiões metálicos (Fe3+, Al3+) que são virtualmente insolúveis em condições normais, por um processo denominado quelação (Summerfield, 1991).

Os processos químicos acompanhados pela fragmentação física da rocha-mãe combinam-se para produzir um manto de meteorização ou arena granítica, que se diferencia em horizontes identificáveis, que constituem um perfil de meteorização. A interface entre o material alterado e a rocha-mãe é conhecida por frente de meteorização. A espessura do manto de meteorização de um local representa o balanço entre a taxa de meteorização da rocha e a taxa de remoção do material alterado por agentes de erosão. A espessura de um manto não tem necessariamente uma relação direta com a taxa de meteorização porque a taxa de remoção dos materiais pode ser muito lenta (Summerfield, 1991).

O melhor modelo para explicar a génese de relevos graníticos é a meteorização diferencial/erosão seletiva em climas quentes e húmidos. Nesses climas, a alteração da rocha granítica chega a ser total e depende da sua composição, que controla o processo e a sua velocidade; da sua textura, que favorece ou dificulta o processo; e da sua rede de fracturação, que condiciona a progressão da meteorização até níveis subsuperficiais. Conforme a interação dessas variáveis, aparecem orlas, faixas ou maciços arenizados, junto de outras áreas de granito não alterado.

Arenização é um termo utilizado mais no sentido descritivo do que genético, indicando um material granítico alterado e não mobilizado, comportando-se como uma arena granítica ligeiramente compactada, bastante vulnerável à erosão fluvial e pluvial (Gilsanz, 1996).

Próximo da superfície, a meteorização das micas e dos feldspatos origina uma superfície picotada, devido aos restantes minerais não alterados, como o quartzo, a microclina e a ortoclase. Esta superfície caracteriza uma exposição recente, ainda que seja difícil indicar de quanto tempo (Romaní & Twidale, 1998). Em muitos casos, a evolução da alteração pode ser deduzida da análise da arena granítica, que se desenvolve da superfície topográfica para baixo.

A interface entre a arena granítica e a rocha-mãe é normalmente brusca e bem definida ou de uma curta transição, o que reflete o facto de o granito ser uma rocha cristalina e ter minerais muito suscetíveis à meteorização, como os feldspatos e as micas. A frente de meteorização pode estar a poucos metros de profundidade, a algumas dezenas de metros em regiões tropicais húmidas ou ainda a algumas centenas de metros. A capa de material que se encontra acima é importante como solo, mas também por reter grande quantidade de água, em contínua reação com os materiais e responsável por várias das geoformas encontradas (Romaní & Twidale, 1998).

Em termos de composição química, as rochas graníticas são um grupo considerado relativamente mais resistente à meteorização. No entanto, os vários tipos de granito reagem de forma diferente em função de variações na sua composição mineralógica. As rochas graníticas podem apresentar indícios de meteorização química que, por exemplo, de acordo com os trabalhos de Braga (1988) e Alves (1995), se caracterizam pela rápida e total meteorização das plagioclases e por vezes simultaneamente dos minerais ferromagnesianos, e mais lenta dos feldspatos potássicos, sendo preservado o quartzo. O aumento de volume das rochas meteorizadas ocorre por modificações tanto físicas, devido à expansão à escala do maciço e à das microfissuras que se desenvolvem, como químicas, relacionadas com as transformações dos minerais primários do granito e as neogéneses de minerais de argila.

Em muitos locais, o granito, assim como outras rochas, imediatamente acima da frente de alteração, apresenta-se laminado, microlascado, devido à ação da humidade, que provoca a hidratação ou hidrólise de alguns minerais, como por exemplo a biotite, o que também leva ao aumento do volume da rocha e à rutura física da mesma. Consequentemente, mais água penetra, contactando com zonas mais profundas da rocha o que, não só incrementa a rutura, como permite alteração química. As placas soltam-se e a argila surge por alteração de feldspatos e micas, formando frequentemente caulinite. Os iões libertados são lixiviados por águas meteóricas que se infiltram, acumulando-se na base da arena granítica, acima da rocha inalterada, impermeável (são os óxidos de ferro e de sílica que mais se acumulam na frente de meteorização) (Romaní & Twidale, 1998).

A meteorização diferencial, com a remoção por erosão da arena granítica, põe a descoberto a diversidade de geoformas graníticas geradas no seio do manto de meteorização (Alves, 1995).

Os maciços graníticos formam-se em profundidade e sob grande pressão litostástica no interior da crusta. Durante o arrefecimento do maciço granítico este sofre contração, gerando-se um sistema de fraturas ortogonal, composto por três conjuntos de fraturas que se intersectam aproximadamente em ângulo reto. A densidade destas fraturas define geralmente as geoformas maiores, como por exemplo os domos. Estas são formas primárias de uma paisagem granítica e estão claramente relacionadas com o diaclasamento do maciço granítico (Romaní & Twidale, 1998).

À medida que as rochas suprajacentes são erodidas, a parte do maciço granítico mais aliviado da pressão litostática vai-se adaptando ao novo estado de tensão, expandindo e, quando atinge uma posição na crusta quase aflorante, origina-se um tipo particular de fraturas subparalelas à superfície topográfica, designado por diaclasamento por alívio de pressão. As diaclases assim formadas têm um espaçamento que aumenta em profundidade, a partir da superfície topográfica, desaparecendo a cerca de 50 metros de profundidade.

Existem outras descontinuidades subhorizontais, as que originam a pseudoestratificação, que é um diaclasamento paralelo ou subparalelo à superfície, muito regular e com espaçamento constante, mas com fraca continuidade, tanto lateral como em profundidade, conferindo a certos maciços graníticos um aspeto similar ao de uma rocha estratificada (Romaní & Twidale, 1998). As oscilações de temperatura na presença de humidade são grandes causadoras de fragmentação, principalmente quando oscilam à volta do ponto de congelação, sobretudo em rochas muito fraturadas, sendo a pseudoestratificação encontrada nos granitos apontada como uma consequência da atividade gelo - degelo em regiões frias (Romaní & Twidale, 1998).

À escala microscópica, as microfissuras, contactos intergranulares e outros de cristalização dos minerais constituintes da rocha, promovem linhas de fragilidade ao longo das quais ocorre o desprendimento de escamas, de lamelas e ainda de grãos individuais. Para tal, podem contribuir os processos de pressão intergranular exercida por crescimento de cristais de gelo e por atividade biológica (Summerfield, 1991). Esta é também um agente de meteorização química, pois a atividade respiratória das raízes, a decomposição orgânica e a produção de ácidos húmicos favorecem a atividade da água como solvente natural (Romaní & Twidale, 1998; Summerfield, 1991).

A densidade de fraturas principais e secundárias, presente nestas rochas, é um fator importante que interfere na progressão da meteorização e da erosão e condiciona a génese das geoformas a várias escalas, domos e pilares, tors, bolas/blocos, lajes, escamas.

Todo o relevo granítico posto a descoberto, quando inicia a sua alteração subaérea, passa por uma série de etapas que, segundo uma escala ideal, o conduz desde o aspeto dómico até às bolas/blocos dispersos e zonas arenizadas, descobrindo-se entretanto tors, formas acasteladas, entre outros (Gilsanz, 1996).

Os grandes pilares e os tors são geoformas enraizadas, isto é, são afloramentos em continuidade com o maciço granítico. Os tors distinguem-se daqueles por terem fraturas que os dividem em bolas/blocos sem deslocamento nem perda de material intersticial.

As bolas/blocos são as porções de rochas que, por ligeiro deslizamento ou perda de base de sustentação, se separam entre si ou do conjunto rochoso geral. O movimento é normalmente a favor de descontinuidades (Gilsanz, 1996). As bolas/blocos são uma das geoformas mais comuns e mais amplamente distribuídas, encontrando-se em quase todos os climas. O seu tamanho é dependente da densidade das fraturas. Podem ocorrer isoladas ou agrupadas (Romaní & Twidale, 1998). Entre as rochas granitóides, as biotíticas são aquelas que originam preferencialmente bolas (Begonha, 1997).

As bolas/blocos resultaram da progressão da meteorização subaérea, da superfície para o interior dos poliedros de rocha, preferencialmente pelas superfícies de contacto e pelo diaclasamento subhorizontal/subparalelo à superfície topográfica. O agente principal de meteorização é a água meteórica enriquecida com gases, iões e outros componentes químicobiológicos. A meteorização progride mais rapidamente ao longo dos trajetos preferenciais de percolação da água no interior do corpo rochoso. Assim, inicialmente, tendem a originar-se capas de rocha mais alterada até ao núcleo de rocha sã. À medida que os processos de meteorização progridem há tendência para a formação de arena. Os poliedros perdem as arestas e vértices, os núcleos residuais deixam de estar em contacto entre si, diminuindo o volume, ficando dispersos na arena. A erosão superficial ao evacuar a arena expõe os núcleos residuais, permanecendo a maioria in situ, dispersos na vertente, formando a paisagem do tipo caos de blocos. Eventualmente, em algumas zonas, os blocos perdem estabilidade e deslizam pela encosta. Neste caso, o conjunto mostra um alinhamento que é designado por comboio de blocos (Godard, 1977). Quando ocorre a erosão da arena lateral, observam-se colunas de bolas/blocos sem deslocação nem erosão da arena entre elas. Se os blocos permanecerem in situ, em contacto entre si e em equilíbrios débeis, podem mover-se ao menor toque, denominando-se pedras bolideiras. A erosão, sendo mais rápida do que a meteorização química, expõe os núcleos residuais dos poliedros à superfície, como bolas/blocos. Uma vez expostos, a meteorização química é menos eficaz. A progressão da meteorização, e por conseguinte a forma e o tamanho dos núcleos residuais, depende da persistência da meteorização e das alterações físicas, químicas e biológicas que esta produz, assim como do regime de circulação da água (Romaní & Twidale, 1998).

O termo fratura de descamação, segundo Romaní & Twidale (1998), é o que melhor define as fraturas resultantes do alívio de pressão, podendo algumas delas delimitar lajes curvas com mais de 10 metros de espessura. Os blocos de forma tabular denominam-se lamelas se possuem menos de 0,2 metros de espessura e escamas se apresentam uma espessura intermédia (0,2 a 0,5 m). Estas fraturas surgem em regime de deformação frágil, numa ampla variedade de climas.

As bolas/blocos graníticos, lajes e escamas, fendem como consequência da evolução de fraturas secundárias, diferentes das que as originaram. Alguns blocos quebram em partes aproximadamente iguais, sendo as superfícies de fratura geralmente planas ou, em certos casos, arqueadas. São geoformas comuns em vários tipos de clima. Segundo Romaní & Twidale (1998), a explicação mais plausível para o seu aparecimento baseia-se no efeito da gravidade, ainda que outros autores possam apontar o aquecimento/arrefecimento ao longo do dia. Tal como já referido, as fraturas funcionam como vias privilegiadas para a infiltração de água e de consequente meteorização e erosão, ainda em condições subáreas, e que se prolonga após a exposição. Uma vez expostas, as rochas deixam de estar sujeitas às pressões litostáticas e adaptam-se a um novo estado de tensão. A falta de estabilidade da base da rocha amplia a ação do peso da rocha, levando à sua rutura. Este processo pode iniciar-se em profundidade, mas culmina sempre à superfície. Ainda segundo os mesmos autores, alguns destes blocos quebram em mais do que um local. Neste caso, é bastante provável, não necessariamente obrigatório, um efeito das cunhas de gelo (ação física) na abertura das fendas, ocorrendo muitas vezes em locais onde existem ou existiram no passado períodos de gelo/degelo. Também existem blocos partidos e deslocados, mais angulares e por vezes cobertos por outros, com uma origem diferente da descrita e mais ambígua. A força exercida pela gravidade, neste caso, não será o fator essencial, porque, normalmente, assentam em superfícies horizontais.

As rochas em cogumelo estão amplamente distribuídas e aparecem em quase todos os contextos climáticos. A zona superior pode ser estruturalmente mais resistente do que o resto da forma, ainda que tal não seja uma condição necessária. Existem diversas explicações para a sua origem, mas a mais provável é a da zona superior, sendo ou não estruturalmente mais resistente, ter estado exposta à superfície, o que fez diminuir a sua taxa de meteorização, enquanto o pedúnculo permaneceu em contacto com a humidade contida no rególito que o rodeia, ainda em profundidade, tendo a ação da meteorização sido mais acelerada (Romaní & Twidale, 1998).

Os tafoni são geoformas do tipo alveolar que se desenvolvem nas superfícies inclinadas, a maioria em contra-pendor, e da base para o interior de outras geoformas maiores. São consequência de humidade e da concentração de sais, que nas rochas graníticas provocam a sua desagregação seletiva, geralmente a partir de uma superfície de descontinuidade (Romaní & Twidale, 1998).

As pias são geoformas menores, surgem em superfícies pouco inclinadas, encimando domos e bolas/blocos. São depressões na rocha com alguma variedade de contornos, ovóides, elípticas ou circulares, originadas por processos de meteorização. Por vezes, apresentam contornos irregulares, lobadas, se resultam da coalescência de várias, e angulares, quando estão fortemente influenciadas pelas descontinuidades. A dimensão varia de poucos centímetros a metros, no seu eixo maior, são geralmente pouco profundas e raramente cónicas. Muitas pias têm a sua origem em meio subaéreo na frente de alteração da rocha. A água, quer por dissolução, hidratação ou hidrólise, é a grande responsável pela formação das pias em profundidade e pela sua posterior alteração. Formam-se por desagregação granular, devido à retenção de água em irregularidades da rocha, que concentra a ação desses processos de meteorização. Estas irregularidades podem ser consequência da presença de encraves na rocha, de uma distribuição irregular de minerais ou devido à concentração de tensões. Algumas pias podem resultar da presença de fraturas e descontinuidades nas rochas. As pias que se formam à superfície resultam da acumulação da água em depressões casuais que existam nas superfícies rochosas expostas (Romaní & Twidale, 1998).

 

 

Localização geográfica, enquadramento geomorfológico e geologia do local desta earthcache

Excerto do documento “CÔAVISÃO, Cultura e Ciência”, nº4 – ano de 2002, edição da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa

O sítio do Prazo localiza-se no Norte de Portugal, na região do Alto Douro. Em termos administrativos pertence à freguesia de Freixo de Numão, concelho de Vila Nova de Foz Côa, distrito da Guarda.

Do ponto de vista geomorfológico, o Prazo insere-se numa região caracterizada por relevo acidentado, pontualmente planáltica (região de Vila Nova de Foz Côa), integrada na Meseta Norte. Estas características do relevo resultaram de atividade tectónica e de ações erosivas, sobretudo relacionadas com o encaixe da rede hidrográfica do rio Douro (Silva et alii, 1989; ld., 1991).

Em termos geológicos, localiza-se no Maciço Granítico de Freixo de Numão – formação de idade hercínica, intrusiva nos metassedimentos câmbricos do Grupo do Douro (Ribeiro, 2001).

Com uma altitude média na ordem dos 560m, este maciço apresenta uma superfície, aplanada, sulcada por diversos vales, alguns deles com traçado condicionado por tectónica frágil tardi-varisca. A orientação destes vales coincide globalmente com o eixo das principais falhas da região (NNE-SSW), entre as quais se destaca a grande falha de Vilariça-Longroiva. As linhas de água que os percorrem são afluentes e subafluentes do Douro, que corre a 8km a norte do Prazo, no sentido E-W.

As áreas escavadas (entre 1997 e 2001 realizaram-se cinco campanhas de escavação arqueológica na estação pré-histórica do Prazo, algumas das quais junto de grandes blocos graníticos) implantam-se na vertente esquerda do vale da Ribeira de S. João, em pequenos patamares aplanados voltados a E e a SE, com cotas que rondam os 570m. A oeste e a este do vale, a partir de altitudes de cerca de 580m a 550m, desenvolvem-se planaltos na superfície do Maciço Granítico de Freixo de Numão, que poderão corresponder a retalhos mais ocidentais da Meseta, parcialmente conservados. Estes planaltos estendem-se para além dos limites geológicos do Maciço e apresentam um certo basculamento para oeste e este, respetivamente. O planalto do lado oeste termina junto da Ribeira da Teja, em terrenos câmbricos metassedimentares; o lado oeste termina próximo do rebordo ocidental da falha de Vilariça-Longroiva, igualmente em contexto metassedimentar.

O vale da Ribeira de S. João, com início no sopé do Monte de Santa Eufémia, coincide com uma falha tectónica (falha de Murça) que condicionou a linha de água até à confluência com a Ribeira de Murça, mais a norte. Esta última, encaixa-se igualmente num vale profundo, desaguando no Douro.

No Monte de Santa Eufémia, ponto mais elevado do maciço granítico com 664m, aflora o preenchimento filoniano de natureza quartzosa, instalado na falha de Murça, entre a Quinta dos Bons Ares e o Prazo. Este filão foi explorado no decurso de algumas das ocupações pré-históricas como fonte de matéria-prima para a produção de utensílios talhados. Durante a Idade do Bronze o monte terá sido ocupado, ou pelo menos frequentado regularmente, por grupos humanos.

O Quaternário está representado no local por depósitos de vertente, de estrutura granular, resultante da meteorização do granito. As intervenções arqueológicas permitiram identificar uma formação residual areno-siltosa (truncada?), provavelmente de idade pleistocénica, seguida de uma sequência sedimentar arenosa, de idade holocénica. No sopé do Monte de Santa Eufémia os depósitos de vertente apresentam uma potência significativa, englobando grandes blocos de materiais quartzosos provenientes do desmantelamento do filão.

 

 

Estação Arqueológica do Prazo / Vila Romana do Prazo

Portugal, Guarda, Vila Nova de Foz Côa, Freixo de Numão

Vila romana e povoado medieval. O local sofreu uma multiplicidade de ocupações desde o Neolítico antigo e provavelmente de períodos anteriores, até à Idade Média. Existem vestígios de um templo, sepulturas, uma estrela antropomórfica, e um imponente menir.

Tem dois acessos em condições bastante aceitáveis para circulação automóvel: (i) a partir da freguesia de Freixo de Numão, pelo caminho do Tanque do Sapo; (ii) a partir do Alto da Touca, pelo caminho dos Bons Ares e Alto de Santa Eufémia. A distância é de cerca de 3 km de ambas as freguesias.

O sítio do Prazo é um local lendário para a povoação de Freixo de Numão, onde se dizia ter sido o "Freixo antigo" e onde teria existido a Capela de S. João ou Santa Ana. Recentemente foi construída uma capela designada de "Capelinha de São João do Prazo", no sítio onde se encontrava a inscrição "IOANNIS" gravada numa rocha. Os trabalhos de arroteia, para plantio de amendoeiras, destruíram sepulturas de xisto (do tipo caixotões) bem como muros. Estes trabalhos trouxeram à superfície bases e fustes de colunas de granito de pedra de aparelho. Esta situação chamou a atenção do historiador Dr. João A. Pinto Ferreira, que em 1954 faz referência a esses vestígios na sua obra (FERREIRA, J. A. Pinto, 1954). Os Doutores Armando Coelho Ferreira da Silva e António Baptista Lopes fazem os primeiros registos e desenhos de estruturas e materiais. Dificuldades de negociação com os proprietários do terreno levaram a que até 1995 não tivesse havido qualquer intervenção na Estação Arqueológica do Prazo. O espólio desta estação é constituído por material da indústria lítica, pedra polida, elementos de mó, cerâmica incisa, a punção e mamilada de idade neolítica: moedas, objetos de ferro, cobre e bronze, vidro, escórias, agulhas de osso, materiais ligados à tecelagem, cerâmicas (pesos de tear, cerâmicas finas e comuns, cinzentas, potes e dolia) e esqueletos humanos. Este espólio pode ser visitado no Museu de Freixo de Numão, instalado na Casa Grande.

 

 

PT: Para validar a visita ao local enviem respostas, por e-mail, para as seguintes questões:

1) Nas coordenadas desta EC existe uma grande cavidade, semelhante a uma “orelha” humana, numa rocha de considerável dimensão. Que tipo de rocha é essa, e qual a sua cor predominante?

2) Qual a largura aproximada, em centímetros, da parte inferior da “orelha”?

3) A rocha onde a “orelha” se encontra está partida a meio, em dois grandes blocos. Qual a altura aproximada, em centímetros, da zona de fratura central?

4) Perto do GZ existe um painel informativo. Nesse painel, existe um elemento muito parecido com a rocha onde está a “orelha” (se te situares junto deste painel, consegues ver a “orelha”). Que letra do alfabeto perto desse elemento está mais próxima da localização da “orelha”, e que texto corresponde a essa letra na legenda do painel?

PF enviar foto, junto com as respostas, que comprove a presença no local, ou em alternativa (preferível) fazer upload da foto no log.

EN: To validate your visit send answers, via e-mail, for the following questions:

1) In the EC’s coordinates, there is a large cavity, similar to a human “ear”, on a rock of considerable dimension. What type of rock is it, and what is its predominant colour?

2) What is the approximate width, in centimetres, of the lower part of the “ear”?

3) The rock where the “ear” is located is broken in two large blocks. What is the approximate height, in centimetres, of the central fracture zone?

4) Near the GZ there is an information panel. In that panel, there is an element that is very similar to the rock where the “ear” is located (if you are next to the panel, you can see the “ear”). Which alphabet letter near that element is closest to the location of the “ear”, and what is the corresponding text in the panel’s legend?

Please send photo, with the answers, that proves presence at the gz, or alternatively (preferable) upload it in the log.

 

 

Additional Hints (No hints available.)