
O romance A Cidade e as Serras, publicado em 1901, é desenvolvimento do conto "Civilização", de Eça de Queirós. Uma personagem, José ("Zé") Fernandes, relata a história do protagonista Jacinto de Tormes. Na composição são destacados os episódios directamente relacionados com a personagem principal, ficando os factos da história de Zé Fernandes apenas como elos da história vivida por Jacinto. Desde o início, o narrador apresenta um ponto de vista firme, depreciando a civilização da cidade.
Publicado em 1901, no ano seguinte ao da morte de Eça de Queirós, o romance A Cidade e as Serras foi desenvolvido a partir da ideia central contida no conto Civilização, datado de 1892. É um romance denso, belo, ao longo do qual Eça de Queirós ironiza ferrenhamente os males da civilização, fazendo elogio dos valores da natureza.
É uma obra das mais significativas de Eça de Queirós. Nela o escritor relata a travessia de Jacinto de Tormes, um ferrenho adepto do progresso e da civilização - da cidade para as serras. Ele troca o mundo civilizado, repleto de comodidades provenientes do progresso tecnológico, pelo mundo natural, selvagem, primitivo e pouco confortável, no sentido dos bens que caracterizam a vida urbana moderna, mas onde encontra a felicidade, mudando radicalmente de opinião.
Na obra, a apologia da natureza não pode ser confundida com o elogio da mesmice e da mediocridade da vida campestre de Portugal. Ao contrário, trata-se de agigantar o espírito lusitano, em seu carácter activo e trabalhador. Assim, pode-se afirmar que depois da tese (a hipervalorização da civilização) e da antítese (a hipervalorização da natureza), o protagonista busca a síntese, ou seja, o equilíbrio, que vem da racionalização e da modernização da vida no campo.
Um argumento para tal interpretação está no facto de que, quando se desloca para a serra, Jacinto sente um irresistível ímpeto empreendedor, que luta inclusive contra as resistências dos empregados ao trabalho.
Concluindo, Jacinto de Tormes, ao buscar a felicidade, empreendeu uma viagem que o reencontrou consigo mesmo e com o seu país. Tal viagem, que concomitantemente é exterior e interior, abarca a pátria portuguesa e se reveste de uma significação particular, pode ser lida como um processo de auto-conhecimento: um novo Portugal e um novo português se percebem nas serras que querem utilizam da cidade o necessário para se civilizarem sem se corromperem.
Pode-se considerar A Cidade e as Serras um romance no qual se destaca a categoria espaço, na medida em que os ambientes são fundamentais para a compreensão da história, destacando-se os contrastes por meio dos quais se contrapõem. Assim, a amplidão da quinta de Tormes contrasta com a estreiteza do universo tecnológico do 202, o que aponta para a oposição entre o espaço civilizado e o espaço natural, presente em todo o romance.
Um dia, Jacinto, aborrecido da vida urbana, participa a Zé Fernandes sua partida para Portugal, a pretexto de transladar os restos mortais de seus avôs, deslocando para lá os confortos do palácio. Entretanto, o criado Grilo perde-se com as bagagens,que, por engano, foram remetidas para Alba de Tormes, Espanha. Assim o supercivilizado Jacinto chega a Tormes apenas com a roupa do corpo.
Em contacto estreito com a natureza, Jacinto renova-se, primeiro liricamente, numa atitude de encantamento; nessa fase da narrativa é mostrado o maior contraste entre as cidades e as serras, e o autor descreve todos os detalhes daquela região do Douro. Integrando-se depois na vida produtiva do campo, aplica seus conhecimentos técnicos e científicos à situação concreta de Tormes planeia construir queijarias, plantar lavouras, etc. Sem romper totalmente com os valores da "civilização", Jacinto adapta o que pode ao campo. Modernizam-se dessa forma as serras.
Até essa parte da narrativa Jacinto vê a serra como um lugar perfeito e ideal. Apresentado aos problemas e a pobreza de alguns decide tomar uma atitude. Compadecido da situação de uma senhora enferma, traz médico e boticário para cuidar dela. Desse ponto em diante, Jacinto passa a ser visto como um verdadeiro "pai dos pobres". Ao príncipe da Grã-Ventura, só faltava um lar, o que ocorre em seguida, por meio de seu casamento com a prima de Zé Fernandes, Joaninha, com quem tem dois filhos.
Assim completamente feliz, no quotidiano das serras, Jacinto não volta mais a Paris, ao contrário de Zé Fernandes, que vai mais uma vez a Paris e entende o motivo da tristeza de Jacinto quando estava lá, a pressa, a falsidade, a degeneração do espírito da cidade e das pessoas que nela vivem como o grã-duque Casimiro, a condessa de Trèves, o conde de Trèves, o banqueiro judeu Efraim, madame Oriol e outros. Enfim Zé Fernandes volta a Tormes onde é esperado por Joaninha, Jacinto e os filhos deles e nesse momento Zé Fernandes percebe que Tormes é o Castelo da Grã-Ventura de que seu princípe precisava para ser feliz.
É uma obra das mais significativas de Eça de Queirós. Nela o escritor relata a travessia de Jacinto de Tormes, um ferrenho adepto do progresso e da civilização - da cidade para as serras. Ele troca o mundo civilizado, repleto de comodidades provenientes do progresso tecnológico, pelo mundo natural, selvagem, primitivo e pouco confortável, no sentido dos bens que caracterizam a vida urbana moderna, mas onde encontra a felicidade, mudando radicalmente de opinião.
A Cidade e as Serras preconiza uma relação entre as elites e as classes subalternas na qual aquelas promovessem estas socialmente, como faz Jacinto ao reformar sua propriedade no campo e melhorar as condições vida dos trabalhadores.
Por meio do personagem central, Jacinto de Tormes, que representa a elite portuguesa, a obra critica-lhe o estilo de vida afrancesado e desprovido de autenticidade, que enaltece o progresso urbano e industrial e se desenraíza do solo e da cultura do país.
Fonte : Wikipedia.

Este é um local onde se pode apreciar ao longe a cidade e as serras. Foi descoberto durante uma caminhada por alguns trilhos de BTT na zona de Atalaia-Vila Nova da Barquinha.
Tentem procurar a cache num dia de céu limpo, pois a partir daqui terão uma vista para a cidade do Entroncamento bem como para Serra d`Aire onde poderão ver o Vale Garcia, Santa Marta e ainda para a Serra de Sicó.
Tal como no romance tambem aqui poderão ver a apreciar as grandes difererenças entre o agitado da cidade e a tranquilidade do campo.
Para chegar à cache deverão deixar o carro no estacionamento recomendado, seguir a pé ou de bicicleta, passando por esta cache, MEDRONHEIRO , onde devem entrar no trilho que se encontra à direita da fonte.
