História do azeite em Portugal
O azeite foi um dos primeiros produtos exportados por Portugal.
Em Portugal, a referência à oliveira é muito antiga. O Código Visigótico, nas leis de protecção à agricultura, prescrevia a multa de cinco soldos para quem arrancasse oliveira alheia, pagando por outra árvore apenas três soldos.
Alguns autores afirmam que o maior desenvolvimento desta cultura se verifica nas províncias onde a reconquista chegou mais tardiamente. Os forais dos mouros forros de Lisboa, Almada, Palmela e Alcácer do Sal, dados por D. Afonso Henriques em 1170, e mais tarde o dos mouros do Algarve (1269), e no de Évora (1273), se referem expressamente a essa cultura de oliveira.
No que diz respeito à Beira Baixa só há uma menção à «plantação recente de oliveira num chão tapado, dentro da vila de Covilhã em 1359». Das tabelas medievais de portagem (direitos), podemos concluir quais os principais géneros do comércio local: sal, azeite, pão, vinho, animais vivos e peixe salgado ou fresco. Do séc. XIV há noticia de dois concelhos em que se cultivava a oliveira: Évora e Coimbra. Neste último o rei concede os mesmos privilégios que a Lisboa, isto é, «podiam carregar o azeite no rio e foz do Mondego. assim para fora do Reino como para o interior».
Na época dos Descobrimentos nos séc. XV e XVI, o azeite e o vinho continuam a fazer parte da lista dos produtos exportados. Como no séc. XIV, Coimbra, Évora e seus termos eram as regiões de maior produção no séc. XV. Em 1555 o consumo do azeite sofreu grande aumento, pois começou a ser utilizado com frequência na iluminação. Neste século vendia-se o produto dentro do reino e exportava-se com destino aos mercados do Norte da Europa e para o ultramar, em especial para a Índia. No tempo do domínio filipino o «mercado negro», o açambarcamento e especulação oneraram o produto; compreende-se assim a baixa na exportação, apesar de Manuel de Sousa Faria ter elogiado a sua qualidade e abundância, afirmando que a exportação continuava para a Flandres, Alemanha, Castela-a-Velha, Província de Leão, Galiza, Índia e Brasil.
No séc. XVIII Coimbra deixou de ser o principal centro produtor e o azeite de melhor qualidade foi o de Santarém. O monopólio de lagares, na posse dos donatários e dos mestrados das Ordens, foi causa de queixas várias na baixa de produção. Contudo, ainda no séc. XIX e, não obstante os processos de fabrico continuarem rudimentares, o azeite português foi premiado na Exposição de Paris de 1889.
Actualidade
Portugal consome anualmente 78 mil toneladas de azeite e exporta 58 mil, ou seja, necessita por ano de 136 mil. No entanto, só produz 63 mil, sendo obrigado a importar 73 mil toneladas. Na produção de azeite em Portugal destaca-se uma lista de produtos com denominação de origem protegida que era composta, em 2012 por 6 referências.
Em 2011 a produção atingiu o valor mais alto desde 1967. Com mais de 76 mil toneladas de azeite a abastecer o mercado interno e externo.
O investimento no olival que tem sido feito nos últimos anos, sobretudo no Alentejo, está a ter efeitos práticos na balança comercial, que, pela primeira vez, tem saldo positivo.
Mais de 62% de toda a produção nacional está no Alentejo, que passou de 14.854 toneladas em 2004 para 47.278 em 2011.
O Brasil importa de Portugal 40% do azeite que consome. Segue-se Espanha (o maior produtor mundial), a quem comprou 11.200 toneladas entre Janeiro e Agosto de 2012 (7,8% de aumento) e Itália.
Em 2012, a produção de azeite em Portugal caiu 8% em comparação com 2011 atingindo as 70.331 toneladas.
Na campanha 2013/14 foram atingiras as 90 mil toneladas, o valor mais elevado dos últimos 50 anos.
Produziu 61,2 mil toneladas de azeite na campanha 2014/2015.
Produziu 100 mil toneladas de azeite na campanha 2015/2016.
Fonte: Wikipedia