Água, Sol e ... Sal Multi-cache
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Água, Sol e ... Sal
Água, terra e clima eram os recursos mais favoráveis para a exploração das zonas ribeirinhas. Retirando daí toda a rentabilidade possível, o Homem começou por introduzir a agricultura, extraindo destes locais os alimentos necessários para o seu dia-a-dia.
Contudo, depressa se apercebeu que podia fazer mais, nomeadamente nas zonas alagadas, onde não podia cultivar produtos hortícolas, aproveitando as águas das marés, que entravam através dos esteiros ou rios. O agricultor passou a marnoto e iniciou a produção de sal.
As salinas da Figueira da Foz foram as primeiras salinas municipalizadas de Portugal. Nos primórdios havia cerca de 2000 trabalhadores, alguns deles assalariados da Câmara Municipal e outros proprietários privados das suas próprias marinhas.
Hoje em dia já poucos restam, dos que outrora fizeram desta vida a sua arte!
Estas marinhas representam um modelo particularmente elaborado, com uma hidráulica complexa, com ordenamento e tamanho dos compartimentos muito singular.
“Desde o viveiro à praia de baixo e desta ao cubo (canal de escoamento para fora da marinha), os compartimentos, situam-se em cotas cada vez mais baixas, fazendo com que a água circule por acção da gravidade. Por vezes é necessário conduzir a água para cotas superiores utilizando para isso a bomba - um engenho de elevação de água, exclusivo das salinas figueirenses”
Em maio inicia-se a limpeza e reparação dos danos causados pelas intempéries do Inverno, retirando as lamas e fazendo a compactação do fundo argiloso dos talhos, com o intuito de conseguir extrair um sal o mais limpo possível.
Segue-se o encaminhamento da água dos viveiros pelos cristalizadores, onde os raios solares dão início ao processo de evaporação. Até atingir a cristalização, são levadas a cabo várias ações com a água, quer conduzindo-a por canais, quer mantendo-a em compartimentos distintos e por diferentes períodos de tempo, a fim de “purificar” a solução libertando-a de elementos indesejáveis.
Entre junho e setembro é possível admirar as pirâmides de sal que embelezam as agora passadeiras de madeira, outrora silhas, onde vai escorrendo depois de realizada a redura (recolha), até ser transportado para os armazéns.
Atualmente as salinas de Lavos estão praticamente abandonadas, sendo as da ilha da Morraceira as que mais produzem.
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa
Esta cache foi colocada com a autorização do Núcleo Museológico do Sal
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