MOCHO-GALEGO
O mocho-galego é uma rapina noturna bastante fácil de observar, devido à sua atividade diurna. Também é uma espécie de fácil identificação, não sendo confundível com qualquer outra ave do mesmo grupo.

Taxonomia
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Strigiformes
Família: Strigidae
Género: Athene
Espécie: Athene noctua
Distribuição e Ecologia
Estatuto de conservação em Portugal: “Pouco preocupante” (LC).
O mocho-galego é uma espécie que está presente desde a Europa Ocidental e Norte de África, até ao extremo Oriente. Na Europa está ausente na Islândia, Escandinávia, algumas regiões do centro e Rússia. Foi introduzida no Reino Unido. Em Portugal está presente em todo o território, mas é claramente mais abundante a sul do rio Tejo.
É bastante abundante em olivais, montados de azinho e paisagens em mosaico, onde terrenos agrícolas e baldios se intercalam com muros, sebes e bosques. Também pode ocorrer em bosques relativamente fechados, como certos soutos ou montados de sobro e em áreas completamente abertas. Para a ocorrência do mocho-galego é importante que existam locais propícios para a sua nidificação e poisos (como postes elétricos, árvores, rochas, etc) para caçar. É frequente em ruínas de edifícios isolados, mas parece ser raro em bosques onde a coruja-do-mato (Strix aluco) é abundante. Não evita a presença humana, podendo viver junto a habitações.
Os mochos-galegos são muito sedentários, pelo que, muitas vezes, permanecem no mesmo local durante um ano inteiro ou até durante vários anos.
Esta espécie é a mais diurna das consideradas “rapinas noturnas”, podendo ser observada frequentemente tanto durante o dia como durante a noite, embora seja principalmente crepuscular.
Alimentação: Principalmente invertebrados e pequenos mamíferos. As aves parecem ser importantes na alimentação apenas durante a época de reprodução. Também se alimentam de répteis e de anfíbios.
Morfologia Externa e Identificação
Comprimento: Entre 23 – 27,5 cm.
Envergadura: Entre 50 – 57 cm.
Mocho de pequenas dimensões de aspeto compacto, com cabeça arredondada e grande em proporção com o corpo. Tem patas compridas e cauda curta e não apresenta penachos auriculares. Na face distinguem-se umas “sobrancelhas” largas e brancas. As asas são largas e arredondadas, salpicadas de branco na parte superior, enquanto que a parte inferior do copo é esbranquiçada e riscada de castanho. Não existe dimorfismo sexual evidente. Os olhos são amarelos e o bico é amarelo-esverdeado. Ao contrário dos adultos, os juvenis não possuem pintas brancas na coroa.
Tem um voo rápido e, em distâncias mais longas, ondulante como o dos pica-paus. Quando alarmado, assume muitas vezes uma postura agachada, balançando-se para cima e para baixo excitadamente.
Reprodução
Os mochos-galegos fazem ninho em cavidades de árvores (principalmente oliveiras, azinheiras e alfarrobeiras), de edifícios velhos, de muros, de escarpas ou de amontoados de pedras no solo. A época de reprodução estende-se de Março a Julho, sendo as posturas normalmente constituídas por 1 a 5 ovos, incubados apenas pela fêmea durante 28 a 33 dias. As crias saem do ninho passados 30 a 35 dias depois de nascerem, mas são alimentadas pelos progenitores durante mais um mês.