Esta foi a terceira geocache da zona da Cabeça Gorda, freguesia de Beja, criada pelo Kortez em 6 de Abril de 2011 com o código GC2R236. Faz parte de um conjunto de geocaches que darão a conhecer a flora na zona da Cabeça Gorda.
O Sobreiro é uma das espécies mais importantes da zona mediterrânica, constituindo as áreas de sobreiros um tipo característico de sistema agro-florestal, denominado montado de sobro.
O aproveitamento e utilização do Sobreiro é total: a exploração da cortiça, dos frutos (bolotas), a madeira para lenha e carvão, a caça existente nos montados, aproveitamento dos solos para pastagens e/ou cereais de sequeiro.
A importância económica é indiscutível e resulta principalmente do facto de Portugal deter mais de 55% da produção mundial de cortiça. De acordo com os dados do Instituto Florestal, estima-se que a produção anual nos últimos anos seja de 35 mil toneladas de cortiça virgem e de 135 mil toneladas de cortiça amadia.
Os montados de sobro apresentam também uma elevada importância ecológica, em grande parte devido à estabilidade deste tipo de ecossistemas. Esta importância verifica-se especialmente pela manutenção de uma elevada diversidade biológica e pela conservação de uma herança cultural associada a estes ecossistemas.
Quando se fala do Montado de Sobro não nos podemos esquecer dos problemas sociais e culturais que a substituição de sobreiros poderia acarretar. Será mais um factor para acelerar a desertificação do Alentejo, pois a exploração dos povoamentos de sobro, exige a presença de homens, contribuindo deste modo para a fixação da população rural.
Características
- GERAL: Árvore de porte mediano que pode atingir 20 m de altura com copa ampla e pouco densa. O tronco tortuoso é ramificado em grossas pernadas e revestido por casca acinzentada, algo enegrecida, espessa e fendida: a cortiça. As folhas são persistentes.
- FLORES: Floração de Abril a Junho e parcialmente no Outono. As flores masculinas no extremo dos raminhos do ano anterior e as femininas na parte superior do raminho do ano, ambos em amentilhos verde-amarelado.
- FRUTO: A bolota, oval comprido com ponta coberta de veludilho, atinge a maturação no Outono, evoluindo de verde a castanho-avermelhada na maturação, com uma cúpula coberta de escamas triangulares, curtas e imbrincadas. Frutifica desde os primeiros anos.
- CASCA: Ritidoma suberoso grosso e gretado - Cortiça - tornando-se liso e amarelado ou avermelhado nos troncos descortiçados.
- ECOLOGIA: É chamada uma 'árvore de plena luz'. Tolera climas com períodos estivais secos e pluviosidade baixa, aprecia no entanto um teor médio de humidade do ar e do húmus, suportando mal as geadas; desenvolve-se bem em todos os solos de textura leve a média e pH ácido ou neutro, mas evita os calcários. Não vai além dos 500 m de altitude. Renova bem pelo cepo. Vive cerca de 300 anos.
- DISTRIBUIÇÃO: Originária do Oeste da Região Mediterrânica: Portugal, Espanha, França, Itália, Argélia e Marrocos. É uma árvore comum em todo o País, com grande frequência a sul do Tejo onde surge na forma de montados, e esporádica no Norte. Ocupa extensos povoamentos, na parte Oeste do Alentejo, bacia do Tejo e a terra quente de Trás-os-Montes. Está frequentemente associada à azinheira e ao carvalho cerquinho, mas também existe em matas estremes (onde só habita uma espécie) - montados de sobro. Os 'montados de sobro', como 'os montados de azinho', encontram-se geralmente em associação com uma outra cultura ou pastagem. Existe também em povoamentos mistos com azinheiras.
- UTILIZAÇÃO: Muito importante pelo valor comercial da cortiça. Oferece uma boa protecção dos solos e é um precioso aliado na luta contra os incêndios, devido à sua fraca cobertura sub-arbustiva.
- OUTRAS: Em termos ecológicos a cortiça apresenta uma importância muito grande, já que por um lado protege a árvore do fogo e por outro serve de abrigo a inúmeros animais, sobretudo insectos e plantas: musgos, líquenes e até algas microscópicas. Para além da cortiça, os montados de sobro têm um grande valor económico: a glande, alimento do gado suíno, a madeira e a lenha, para queimar directamente ou fazer carvão, por fim, o entrecasco de onde se extraem os taninos.
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