Igreja Matriz de Alvarenga / Igreja de Santa Maria
Arquitectura religiosa, seiscentista e tardo-barroca. Igreja paroquial de planta rectangular composta por nave e capela-mor mais estreita, tendo sacristia adossada ao lado direito, com coberturas interiores diferenciadas, datadas do séc. 20, em falsas abóbadas de berço abatido, em madeira, e iluminação interior pouco uniforme, com domínio da entrada de luz do lado S., onde surgem três janelas, surgindo apenas uma no lado oposto, todas em capialço e seiscentistas.
Fachada principal em empena truncada por sineira de volta perfeita e remate em cornija e frontão semicircular,com os vãos rasgados em eixo, composto por portal de verga recta e remate em frontão de lanços, e por óculo circular. Possui um esquema semelhante ao existente nas Igrejas Paroquiais de Torno e Macieira.
Fachadas com cunhais apilastrados, firmados por pináculos piramidais, e rematadas em friso e cornija, a lateral direita rasgada por porta travessa de verga recta. Interior com coro-alto e baptistério no lado do Evangelho, marcado por arco de volta perfeita. Arco triunfal de volta perfeita, ladeado por capelas laterais. Sobre supedâneo novecentista, retábulo de talha pintada de branco e dourado, tardo-barroco, de planta recta, três eixos e remate em espaldar recortado
Curiosidades:
1258 - a igreja de Alvarenga era pertença dos filhos e netos de D. Elvira Viegas (filha de D. Egas Moniz, seu anterior senhor) e a apresentação do padre pertencia ao arcebispo de Braga; séc. 17 - construção do actual edifício; 1706 - segundo o Padre Carvalho da Costa é uma reitoria apresentada pelo Bispo do Porto, rendendo 40$000; está anexa a uma Comenda da Ordem de Cristo, à qual renda, com a sua anexa de Vila Garcia, 180$000; a povoação tem 16 vizinhos; 1758, 20 Maio - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo reitor José Álvares da Silva, pelo abade João de Beça Ferreira e pelo vigário Manuel António, de Santa Cristina de Nogueira, igreja anexa, é referido que a igreja tem três altares, o mor, com a imagem da padroeira e de São Sebastião, surgindo, no colateral do Evangelho, o de Nossa Senhora do Rosário, com confraria e festa a 8 de Setembro, no mesmo dia em que se festeja o orago, e, no lado oposto, o altar do Menino Deus, com confraria e festa no dia da Natividade; a paróquia é uma reitoria da apresentação da Comenda pertencente a D. Pedro, Marquês de Angeja; a povoação tem 42 fogos; mencionam a existência de duas capelas hoje desaparecidas, a de São Roque e São Lourenço; 1788 - nas Memórias Paroquiais da Freguesia surge um inventário das peças e ornamentos da fábrica da capela-mor da Igreja de Santa Maria de Alvarenga; séc. 18, final - execução do retábulo-mor; 1873 - execução de uma imagem do Sagrado Coração de Jesus; 1882 - A paróquia, até então da arquidiocese primacial, passa para a diocese do Porto; 1911, 16 Junho - data do inventário dos bens da freguesia de Alvarenga, assinado por Eduardo Vieira de Melo da Cunha Osório, por António da Costa Moura, elemento da junta de paróquia, e pelo escrivão da fazenda Eduardo Espinal de Sousa; séc. 20 - construção do coro-alto.
Fonte: SIPA
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