FONTE DE S. FACUNDO
Não sabendo exactamente quando foi construída, sabemos que é bastante antiga.
Nesta fonte, actualmente, ainda muita gente se abastece de água para beber e ainda muitos usam o seu lavadouro para lavagem de roupas, no entanto, até ao inicio dos anos oitenta do século xx, antes de a aldeia ser abastecida pela rede pública de água canalizada às habitações, a fonte de S. Facundo tinha um grande movimento de pessoas que chegavam a ter que fazer fila para aguardar a sua vez de encher o cântaro (normalmente de barro) numa das duas bicas ali existentes, ou arranjar um lugar no tanque do lavadouro (que é de dimensões consideráveis), existe ainda uma pia para para dar de beber aos animais e existia uma bomba manual para elevar a água até à escola, onde era utilizada nos sanitários, a casota onde estava instalada essa bomba, ainda existe no local. Todos os desperdícios de água, são armazenados numa represa existente ao lado da fonte e aproveitados para a rega das pequenas hortas que existem a jusante da mesma.
A fonte foi e continua a ser um local onde, especialmente nas noites de verão, se levava uma viola ou uma gaita-de-beiços, se cantavam umas cantigas, se bebiam umas cervejas e se discutia sobre os mais diversos assuntos, por vezes até altas horas da madrugada, havia até quem nas noites mais quentes de verão, ali improvisasse uma cama para dormir.
Durante os santos populares, Santo António, S. João e S. Pedro, a fonte é enfeitada com flores e outras plantas ornamentais, que lhe dão ainda uma maior frescura e beleza.
Para quem gosta de ouvir os sons que a natureza nos dá, especialmente nos dias e noites de primavera, também a fonte de S. Facundo é uma maravilha, com o silêncio a ser quebrado pelo som das bicas a correr, pelo cantar dos grilos, das rãs e de uma grande diversidade de aves, nomeadamente o Rouxinol (Luscinia megarhynchos), bastante comum e nidificante na vegetação arbustiva existente nas hortas e ribeiros envolventes da fonte.
Em defesa de todo este património histórico, arquitectónico, cultural, social, religioso e natural, é nosso dever, zelarmos para que a fonte da S. Facundo, continue pelo menos a ser tratada e cuidada como tem sido até aqui.
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