'Em Maiorca, a actividade que ocupa mais mão-de-obra é o cultivo do arroz, cultura que se iniciou em 1840, atingindo o pleno desenvolvimento em 1877.
A sementeira faz-se em fins de Março, princípios de Abril. Antes de lançar a semente à água, o arroz é demolhado, dois a três dias, para grelar. Desta forma ganha peso e, quando chega à terra, começa logo a desenvolver-se.
Tradicionalmente esta cultura fazia-se a lanço, isto é, o agricultor caminhava dentro de água e ia lançando a semente. Os campos eram balizados através de canas para evitar a sobreposição das camadas do arroz. Quando este atingia os vinte centímetros, procedia-se a uma primeira monda para arrancar as plantas parasitas. Três dias após, enxugavam-se os campos, tirando-se então os limos e outros organismos prejudiciais à cultura. A seguir, enchiam-se de novo os arrozais de água para se proceder à segunda monda. O arroz espigava-se e só em Setembro era ceifado.
Nos nossos dias, o cultivo do arroz é muito diferente, utilizando-se mais as máquinas. É o caso dos tractores e avioneta na sementeira e adubagem, e também dos secadores, que evitam a secagem do arroz ao sol.
Outra das culturas predominantes é a do milho, de sequeiro ou de regadio, realizada em terras do monte ou nos terrenos marginais do Mondego.
Menos relevante é o cultivo da vinha, da oliveira, do centeio, da cevada, da aveia, do trigo e das culturas hortícolas.
Dado a população de Maiorca se dedicar principalmente à agricultura, muitas das alfaias utilizadas são de fabrico dos próprios agricultores.'
Fonte: http://www.freguesiademaiorca.pt/
O processo de secagem A secagem dos grãos se processa em duas etapas:
• evaporação da água da superfície dos grãos e das sementes para o ar que os circunda;
• migração da água do interior para a superfície do grão.
A primeira etapa consiste, basicamente, na diferença da pressão de vapor d´água do grão em relação ao ar. A água sai do grão e se dissipa no ambiente que envolve o grão a uma determinada temperatura. A secagem do grão ocorre, portanto, quando houver um gradiente de tensão de vapor do grão para o ar.
A segunda etapa é mais lenta, processando-se gradativamente do interior do grão para a periferia, em função de movimentos capilares, difusão de umidade e gradientes de pressão de vapor. Quanto mais quente o ar, maior quantidade de água retém o ar, secando melhor a superfície do grão. No caso do arroz, a secagem deve ser feita em dois ou três estágios, pois uma passagem rápida pode induzir à impermeabilização do tegumento, originando grãos firmes, trincamento da casca ou da parte interna do grão. Pode ainda, em sementes, contribuir para aumentar a quantidade de plântulas anormais ou até matar o embrião, pelo fato de favorecer a penetração de microorganismos patogênicos.
Quanto à temperatura do ar de secagem, diversas pesquisas indicam que o ar emitido por um secador intermitente pode atingir a temperatura de 70ºC para a secagem satisfatória dos grãos destinados à semente, ou temperatura mais elevada, exigida pelos grãos destinados ao consumo.
Para secador estacionário, recomenda-se não ultrapassar 42°C de temperatura, visando preservar a qualidade das sementes.
Tipos de secagem
Há várias formas de secar os grãos de arroz, mas todas têm uma finalidade: reduzir o conteúdo de umidade para o armazenamento, conservando as suas qualidades.
Secagem natural Caracteriza-se pela utilização do sol como fonte de calor para aceleração do processo de secagem. Na secagem natural, temos duas etapas distintas:
• esparramação, aquecimento, movimentação e aeração;
• abafamento para homogeneização da umidade.
As sementes ou grãos são esparramados em terreiros ou tabuleiros, tendo-se o cuidado de não colocá-las em camadas muito delgadas, para evitar aquecimento excessivo. À medida que se processa a secagem, as camadas são constantemente movimentadas com rolos de madeira. Aos poucos vai-se aumentando a espessura das camadas. Na fase de abafamento, as sementes ou grãos são amontoadas e cobertas, para propiciar a difusão da umidade interna para a superfície da semente.
Ar forçado sem aquecimento Este tipo de secagem é realizado nos próprios locais de armazenamento, isto é, em silos ou tulhas, quando a umidade relativa do ar é inferior a 70%. É um método lento, exigindo o máximo de tempo permissível para completar a secagem sem que haja deterioração por agentes fitopatogênicos. Para isso, empregam-se ventiladores para forçar o ar ambiente, a fim de remover a umidade das sementes.
Ar quente forçado Na utilização do ar aquecido, em movimentação através da semente, o ar eleva seu ponto de saturação gerando condições de absorção rápida de umidade.
Ar forçado com aquecimento suplementar
É um método indicado durante os períodos relativamente frios e úmidos ou durante períodos úmidos prolongados, quando a umidade do ar está acima de 75%, requerendo uma a três semanas para reduzir a umidade das sementes. O processo de secagem mais utilizado para cereais é o da utilização de secadores intermitentes, com ar forçado.
A cache leva-nos a um antigo armazém de secagem de arroz, desativado e ao abandono, que antigamente já foi importante nesta localidade.
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