Embora seja complexa a datação deste monumento, uma vez que a sua estrutura tem uma expressão diversa dos outros memoriais não permitindo comparações tipológicas, o Marmoiral de Sobrado tem sido datado de meados do século XIII.
Em todo o território nacional sobram apenas seis exemplares deste tipo de monumento funerário que, segundo alguns especialistas, será um exclusivo de Portugal.
Trata-se de um exemplar de arquitetura funerária, um monumento funerário-comemorativo românico, inscrevendo-se numa tipologia de transição entre a sepultura rasa com estela funerária e os monumentos comemorativos. Está relacionado com o translado do corpo de D. Mafalda, filha de D. Sancho I e neta de D. Afonso Henriques, para o Convento de Arouca.
LENDAS E CURIOSIDADES
Conta a lenda que os memoriais de Ermida, Sobrado, Arouca, Alpendurada e Lordelo terão sido erguidos para assinalar o ponto de paragem do cortejo fúnebre de D. Mafalda, falecida no regresso de uma veneração à imagem de Nossa Senhora da Silva, na Sé do Porto, de quem era devota. A morte terá ocorrido em Rio Tinto, a 1 de maio de 1257. A viagem de translado do seu corpo terminou no Mosteiro de Arouca, que ajudou a reformar, onde foi sepultada.
Uma segunda lenda conta uma história de amor que justifica o monumento funerário. Há muitos anos vivia naquelas paragens D. Martim que, ainda muito jovem, se enamorou de Maria Teresa Taveira, conhecida como Maria, a Boa.
Esta vivia com seu pai, D. Gil, em Castelo ou Torre, nos montes de Vegide. Antes do casamento com a sua filha, D. Gil quis que D. Martim fosse à guerra. Destemido e aventureiro, D. Martim aceitou o repto e armou-se cavaleiro antes de partir para Lisboa. No cumprimento da tradição, foi D. Maria quem lhe calçou a espora de ouro, enquanto D. Gil lhe afivelou a espada.
D. Martim integrou uma cruzada liderada por D. Sancho I, organizada para conquistar Silves, acabando cativo dos mouros.
Após o falecimento de seu pai, D. Maria começa a ser perseguida por D. Fafes, um cruel e rico homem, Senhor da Raiva.
Entretanto, o capelão de Paços de Godim consegue a libertação de D. Martim, que se apressa a regressar, coincidindo com o dia em que D. Fafes decide tomar pela força a bela D. Maria.
Os dois rivais encontram-se junto aos Portais da Boavista, envolvendo-se num duro combate, do qual saiu vitorioso D. Martim.
Em memória desse feito, D. Martim mandou erguer no local a sepultura ou o “memoria” de D. Fafes.
D. Martim e D. Maria casaram e tiveram um filho: Santo António.
Fonte: http://www.rotadoromanico.com/
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