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O ARGONAUTA Mystery Cache

Hidden : 3/6/2014
Difficulty:
4 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

Size: Size:   micro (micro)

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Geocache Description:



O NOVO ARGONAUTA

 

Antes de iniciar os gatafunhos, devo esclarecer que “caíque” e “canoa” são palavras homónimas.

Comecemos pela história da viagem do caíque “Bom Sucesso” que se caraterizou por haver permitido ao príncipe (na altura regente) tomar conhecimento, em primeiríssima mão, das guerrilhas algarvias contra os franceses, especialmente os olhanenses, dado que todos os tripulantes eram de Olhão. Esta embarcação foi o primeiro correio marítimo entre Portugal e Brasil, após a primeira invasão francesa e também foi o meio pelo qual Olhão (à época um lugar) foi elevado a vila que começou por se designar “Vila de Olhão da Restauração”.

Somente três dias depois da revolta de Olhão e já após cidades como Loulé, Lagos e Faro, junta-se à sublevação popular contra o exército francês. Logo a seguir ao levantamento nesta última cidade (Faro), é criada a “JUNTA SUPREMA DO REINO DO ALGARVE” – um governo que assumiria a regência em nome do príncipe Dom João, enquanto este não regressasse do Brasil. Por votação foi eleito para a chefia deste governo o então conde de Castro Marim, Dom Francisco de Mello da Cunha de Mendonça e Menezes. (a)

Este governo era em tudo semelhante na sua composição às antigas cortes que já haviam regido o país, sendo que uma das diferenças era possuir um representante do povo (exclusivamente eleito por este) que veio a ser o olhanense Miguel do Ó. Uma das primeiras medidas, logo após a expulsão completa das tropas francesas, foi a comunicação à família real do que havia acontecido. Esta encontrava-se no Rio de Janeiro, tornando-se necessário o envio de um correio marítimo. Para esta arriscada viagem, foram, uma vez mais, os filhos de Olhão que tomaram a dianteira; tendo o já citado Miguel do Ó oferecido uma canoa (caíque) que era sua, para levar a boa nova.

Foi neste pequeno caíque, que se veio a chamar de “Bom Sucesso”, que embarcaram, no dia 07 de julho, o piloto Manuel de Oliveira Nobre, o mestre Manuel Martins Garrancho (ou Garrocho) e mais quinze tripulantes, de seus nomes: António Pereira Gérrio, António da Cruz Charrão, António dos Santos Palma, Domingos do Ó Borrego, Domingos de Souza, Francisco Lourenço, João Domingues Lopes, João do Munho, Joaquim do Ó, Joaquim Ribeiro, José Pires, José da Cruz, José da Cruz Charrão, Manoel de Oliveira e Pedro Ninil (seguindo-se a ordem alfabética, para não esquecer nenhum). O governo regente algarvio encarregou, expressamente, o mestre Garrancho(?) ou Garrocho(?) de vários documentos que deveriam ser entregues ao príncipe regente Dom João, no meio dos quais, uma relação da Restauração do Algarve escrita pelo mesmo governo regente, e também uma missiva do “Compromisso Marítimo de Olhão”, mencionando os fatos que ali tinham acontecido e cuja data era de 02 de julho, redigida por João da Rosa. Seguindo o ideário de Alberto Iria, uma vez cumprido o ato, acabaria o correio marítimo entre Portugal e Brasil.

Em 14 de julho, o caíque chega ao Funchal – para aguada – partindo passados dois dias, com um novo e jovem tripulante, um praticante de sua graça (nome) Francisco Domingos Machado, que já tinha concretizado uma viagem marítima de Lisboa a Macau e, que por esse simples fato, foi convidado por Manoel de Oliveira Nobre, para o substituir, em caso de doença ou morte. Deve-se acrescentar que Manoel de Oliveira estava desprovido de cartas marítimas, daí o receio de que poderia seguir uma estimativa incerta, embora observasse, cuidadosamente, as correntes marítimas

Porém, em Portugal, e sem se saber da sorte dos olhanenses, sai de Faro, a 08 de Agosto, um iate, com destino ao Brasil que o governo algarvio mandara com novas notícias sobre a restauração da região. A 20 de setembro, apenas cinco dias passados da expulsão definitiva dos franceses do país, o governo da capital envia à Junta regente algarvia uma carta cheia de honrarias, gratificando aquela província da expulsão dos inimigos. Nela se fazia um especial louvor e agradecimento aos “súbditos leais moradores de Olhão”, pelo motivo de terem sido os primeiros que, em toda a região algarvia, ergueram o seu patriotismo, proclamaram a sua liberdade e defenderam o nobre nome do seu príncipe regente, “merecendo por isso particular contemplação”. Mas mal os olhanenses sabiam que os seus “tão assinalados serviços” iriam ser agraciados pessoalmente pelo próprio regente.

E assim aconteceu, em 22 de setembro, após a passagem de uma tempestade e outras peripécias, chega, por fim, o caíque olhanense à Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, ostentendo a bandeira portuguesa e impressionando meio mundo, segundo um relato da época. Todos os habitantes cariocas naturais e estrangeiros, ficaram maravilhados de que tão frágil e pequena embarcação, pudesse atravessar tantas léguas do oceano com homens não só leigos nas mais triviais regras náuticas, mas que nunca se haviam afastado cem léguas da costa. Muitos dos estrangeiros, fundamentalmente, ingleses, tiraram a planta e as dimensões do barco, que conservaram com apreço.

Sendo recebidos, pessoalmente, pelo príncipe regente, os olhanenses entregaram-lhe os papeis de que haviam sido encarregados. Nesse mesmo dia, Dom João, bastante impressionado positivamente, deu-lhes um conto e duzentos mil réis. Não satisfeito, o monarca compra a embarcação por seis mil cruzados, a qual ficou exposta durante muitos anos no Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro, Fora todas estas recompensas, ofereceu aos dezassete olhanenses várias patentes militares, vários hábitos da Ordem de Cristo e um iate novo, no qual fariam a viagem de regresso. Finalmente, e por alvará régio de 15 de novembro de 1808, o príncipe regente reconhece que as relevantes façanhas realizadas em Olhão “foram o primeiro sinal para a restauração da monarquia”, elevando assim o lugar a vila. Para além dessas honrarias, o príncipe permitia que os habitantes da agora vila usassem uma medalha, na qual estava gravada a letra “O”, acompanhada da legenda “VIVA A RESTAURAÇÃO E O PRÍNCIPE REGENTE NOSSO SENHOR”.

A 21 de dezembro desse mesmo ano, o monarca cria o título de Marquês de Olhão, atribuído ao então Governador do Reino do Algarve, o mesmo que tinha chefiado a junta provisória criada após a expulsão dos franceses do território algarvio (ver nota do pesquisador em rodapé).

No ano de 1809, José Agostinho de Macedo compôs um poema épico onde glorificava o mestre do caíque que viajou ao Brasil e teve “Bom Sucesso” e que intitulou de “O NOVO ARGONAUTA”.

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(a) – Dom Francisco de Mello da Cunha de Mendonça e Menezes (grafia à época) foi conde de Castro Marim, tendo nascido em 26 de abril de 1761 e falecido a 07 de abril de 1821. Foi um militar e político português que em 29 de novembro de 1783 casou com Dona Joaquina Telles da Silva, filha do marquês de Penalva.

 

O NOVO ARGONAUTA

“...A viagem portentosa que o Tenente da Armada Real e Cavaleiro da Ordem de Cristo, Manoel de Oliveira Nobre, se atreveu a fazer, atravessando o Oceano na sua maior extensão num pequeno caíque, é uma das1acções que farão época na História Naval. O motivo desta acção é ainda mais glorioso para os Portugueses que a mesmaeacção. Em toda a História de Roma não se pode marcar um facto que prove mais heróico Patriotismo, maior honra, mais lealdade e mais virtude. Manoel0de Oliveira Nobre é um homem de uma coragem1desusada, de uma constância inflexível, de uma intrepidez a toda a prova: só um ânimo semelhante poderia empreender num caíque tão0arriscada viagem“.

 (In Iria, Alberto. Do Algrave ao Brasil no caíque de pesca “Bom Sucesso”, em 1808)

 

Fonte: http://www.faroldanossaterra.net/2013/11/10/viagem-do-caique-bom-sucesso/


A Cache

A Cache não está  nas coordenadas publicadas, para descobrir o seu paradeiro terá de decifrar o enigma exposto nesta página!


Esta é uma cache urbana, numa zona com muito movimento, tenham em atenção aos Muggles!!!

Esta cache contem inicialmente: stashnote, logbook, lápis ou caneta e brinquedos para troca.

Tenha atenção para deixar a cache como encontrou, bem fechada e aconchegada, para não desaparecer!


The cache is not in the published coordinates, to discover their whereabouts will have to decipher the enigma exposed on this page!

This is an urban cache in an area with a lot of movement, have in mind to Muggles!

This cache initially contains: stashnote, logbook, pencil or pen and toys to trade.

Take care to leave the cache as found, well closed and snug, not to disappear!



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