Antes da criação da estrada e do caminho-de-ferro, as remotas quintas de vinho do Porto da região do Alto Douro Vinhateiro apenas eram acessíveis através do rio.
Até que as barragens começassem a ser construídas na década de 1970, o Douro era um rio traiçoeiro. De corrente rápida e turbulenta, enfurecia-se entre desfiladeiros e gargantas até por fim se encontrar com o Atlântico na cidade do Porto.
Portanto, durante séculos, os produtores de vinho do Porto, estavam dependentes de um grupo de marinheiros altamente qualificados para transportar a sua carga preciosa desde a vinha até às caves frescas na costa atlântica, estes corajosos arriscavam as suas vidas nos Barcos Rabelos para transportar o vinho do Porto da vinha até à costa.
O rabelo é uma embarcação de fundo chato, propositadamente construída para navegar nos terríveis rápidos do Douro.
Capaz de transportar até cem barris de vinho do porto, os rabelos eram instantaneamente reconhecidos pelo seu longo e elegante remo de direcção.
Doze homens incrivelmente corajosos e fortes compunham a tripulação de cada rabelo, todos eles sabendo que a próxima jornada poderia ser a sua última.
Não será surpresa nenhuma saber que estes marinheiros eram homens de fé. Aos rabelos foram dados nomes religiosos e muitos santuários e maravilhosas pinturas foram feitas nos penhascos com vista para os desfiladeiros mais perigosos.
Por forma a navegar os rápidos de uma vez só, os rabelos precisavam de ser posicionados com grande precisão no rio.
O mestre no quadrante libertava a direção do remo, tirava o seu boné e, em seguida, cruzava os braços exclamando: "Agora vai com Deus”.
Navegar a montante do rio acarretava as suas dificuldades, quando não havia corrente, os rabelos podiam ser remados à vela ajudada por ventos favoráveis. Mas contra as rápidas correntezas, a única opção era rebocar. Este era uma tarefa traiçoeira e difícil para as tripulações, escalando ao longo de desfiladeiros rochosos empoeirados, arrastando o barco com eles, sempre apenas a um milímetro de falhar e embater nos rápidos.
A primeira via ferroviária do Douro foi terminada em 1887. O rabelo não seria mais a única opção para o transporte de vinho e de mercadorias volumosas para a costa. Ainda assim, essas corajosas embarcações mantiveram-se em actividade durante muitas mais décadas.
Foi a vinda das estradas que mudou para sempre esta realidade. A última viagem comercial de um rabelo crê-se ter ocorrido em 1964.
Sem os rabelos e as suas corajosas tripulações, o comércio de vinho do Porto nunca teria prosperado. Daí que é mais do justo que as casas produtoras de vinho do Porto se tenham unido no sentido de salvar os rabelos da extinção. Muitas destas casas de vinho do Porto construíram rabelos para nos lembrar de seus dias de glória.
Quantos barris os Barcos Rabelos eram capazes de transportar? A
Quantos homens compunham a tripulação dos Barcos Rabelos? B
Em que ano se pensa ter sido a ultima viagem comercial do Barco Rabelo?
(Soma os 4 dígitos) C
Substitui todas as incógnitas em:
N 41º 9.(797-A-B) W7º 39.(493+C)