Casal de Caride
Este conjunto de espigueiro e eira fazem parte da propriedade de Casal de Caride que, à semelhança de várias outras propriedades desta zona, se dedica à produção agrícola, com particular destaque para a vitivinicultura (cultivo das vinhas e fabricação do vinho). Aliás, deste local podem avistar-se outras construções semelhantes e vastos campos cultivados.
A importância destas actividades é objecto de destaque no brasão da antiga freguesia de São Paio de Seide e inclui um cacho de uvas púrpura, folhado de verde e uma espiga de milho vermelha, folhada também de verde.
Espigueiro
É uma estrutura tipicamente construída de pedra e madeira com a função de secar o milho grosso através das fissuras laterais, e ao mesmo tempo impedir a destruição do mesmo por roedores através da elevação deste. Como o milho deve ser colhido no Outono este precisa de estar o mais arejado possível para secar numa estação tão adversa como o Inverno.
Em Portugal Continental encontram-se principalmente a Norte, em particular na região do Minho. Em várias regiões de Espanha existem espigueiros idênticos aos que existem em Portugal. Existem também construções muito semelhantes na Escandinávia, em especial na Noruega e na Suécia.
Eira
A eira é um espaço plano de chão duro onde os cereais eram malhados e peneirados depois de colhidos, com vista a separar a palha e outros detritos dos grãos de cereais. A sua origem está ligada ao advento da agricultura e o consequente cultivo dos cereais, altura em que se desenvolveram várias técnicas, ferramentas e instalações específicas. Em Portugal a expressão remonta ao séc. XVI e dava nome ao terreiro ao lado das casas onde eram recolhidos os cereais, entre outros produtos agrícolas, para secar, malhar ou limpar.
Em Portugal, em particular no norte do país, é frequente encontrar espigueiros a rodear as eiras, pois eram nestes lugares que os cereais eram armazenados. A importância da eira na vida das populações rurais era de tal forma evidente, que a palavra deu origem a vários topónimos.
Curiosidade: as famílias pobres revestiam as suas casas apenas com a parte superior do telhado, sem a eira nem a beira. Daí a expressão "sem eira nem beira", que significa destituído de tudo.