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Escalada é uma técnica desportiva cujo fim é atingir o cume de uma parede rochosa ou de um bloco. O terreno vai de alguns metros para o bloco, até a centenas de metros para as paredes rochosas.
Esta técnica também pode ser utilizada no alpinismo segundo as dificuldades encontradas no terreno.
O local
O Canto das Lages, na Serra do Bouro, é um sítio natural, modesto mas único para a escalada em todo o concelho de Caldas da Rainha. Os trepadores descobrem aqui um recanto com tanto de desconhecido como de encantador, num cenário ainda tão pouco perturbado pelas marcas da urbanização.
Só já bem fora dos limites administrativos se volta a encontrar outro local viável para a escalada em rocha. E é por isso que esta falésia, debruçada sobre o Atlântico se torna tão insubstituível e grata aos praticantes de escalada, cientes da relevância crescente destes pequenos redutos.
Do cimo das suas vias colhe-se a recompensa das largas vistas sobre o noroeste oceanico, as silhuetas das ilhas Berlenga e Farilhões, a costa de El Rei ao Cabo Carvoeiro.
Da base das suas vias apreciam-se os aromas da vegetação silvestre, curtida das maresias ao rebentar das ondas, no fundo duma breve encosta, pejada de lages gigantescas que dão o topónimo ao sítio.
Esta falésia nasceu para a escalada mercê dum passeio exploratório, exactamente em busca de acidentes orográficos que proporcionassem o desafio suficiente ao gosto recém-descoberto da escalada. Já lá vão quase 15 anos passados desde aquele dia de aguaceiros de Setembro de 1994, em que a primeira corda sulcou o vazio para além do rebordo da escarpa.
Neste local convivem pequenas vias desportivas e de “auto-protecção”, de dificuldade bastante acessível e apesar de alguma exigência técnica típica da escalada em placa.
De todos os desníveis no perímetro do Vale Tifónico de Caldas da Rainha, este é o único afloramento de calcário, significativo e utilizável para a escalada.
Devido às evidentes características de altura e a dimensão da falésia, nunca foi uma zona muito popular. A qualidade variável da rocha, falta de recursos para equipamentos sérios, cerceou bastante a possibilidade de optimizar a “área escalável disponível” à velocidade que normalmente evoluíram outros locais do país.
No entanto, há aqui umas dezenas de vias bastante divertidas e interessantes, e, até mesmo, algum potencial para novas linhas pelas placas mais ousadas. |