Fornos da cal - Um pouco de história

Esta cache pretende dar a conhecer dois dos vários fornos de cal existentes nesta região e o seu processo de funcionamento.
Este tipo de indústria caiu em desuso a partir da decada de sessenta do século passado, pelo que só algumas pessoas mais antigas é que se lembram da forma como todo o processo se desenrolava.
A matéria-prima utilizada neste processo era a pedra que se explorava sempre que possível nas imediações dos fornos para facilitar o transporte que tinha muitas vezes de ser feito com recurso a homens e padiolas devido aos difíceis acessos. A pedra era colhida e calibrada em blocos de aproximadamente dez quilogramas cada.
Quando a pedra era explorada a partir de rochas com grandes dimensões, era necessário abrir furos com uma broca manual que eram depois cheios de pólvora que por sua vez ao explodir rebentava com a rocha.
Nas próximidades dos fornos é possivel ver os locais onde se explorava a pedra e também restos de cal espalhada no chão.

A pedra era colocada no interior do forno de forma a que ficasse no fundo um espaço vazio que funcionava como fornalha onde era aceso o fogo que aquecia a pedra a transformava em cal.
Para alimentar o fogo era utilizada lenha que era cortada por homens e carregada em molhos à cabeça de mulheres que a traziam para junto do forno e onde ficava algum tempo a secar.
Para preparar uma fornada era necessário um ou dois meses e envolvidas mais de vinte pessoas a trabalhar nas tarefas descritas anteriormente. Cada forno trabalhava uma ou duas vezes por ano, conforme a necessidade.
Depois de cargado o forno era aceso o fogo durante uma semana em continuo. Para controlar e alimentar a fornalha existiam duas equipas que trabalhavam cada uma doze horas por dia.
Para iniciar a extração da cal do interior do forno era necessário esperar mais de uma semana para que a temperatura baixasse o suficiente para permitir a entrada.
A cal era retirada consoante a necessidade e no caso de existir ameaça de chuva era montada uma cobertura no forno para evitar a entrada de água.
Recorrendo a carros de bois a cal era transportada para as aldeias vizinhas e também para Tomar onde existia mais procura devido à dimensão e importancia que a cidade tinha já naquela altura, e era usada principalmente para preparar argamassa para a contrução e acabamento de edifícios e muros.
Os fornos, a exploração de pedra e os restos de cal encontram-se a poucos metros da cache e são fácilmente visíveis.
Ao fazerem o log aproveitem também para apreciar a beleza do vale verdejante e agreste da ribeira da Quebrada.

Para aceder à cache não é preciso retirar nem mover nada.
Deixem tudo como encontraram, ou ainda melhor.

