Em 2013 o nosso herói e seu fiel companheiro completaram 84 anos de vida. Foi no dia 10 de janeiro de 1929 que Tintim e Milu deram as caras pela primeira vez no jornal belga "Le Vingtième Siécle", dentro do suprimento infanto-juvenil "Le Petit Vingtième".
Em 1929, um ilustrador belga de 21 anos criou uma nova série de HQs em quadrinhos que apresentavam um jovem e intrépido repórter e seu fox terrier branco viajando pela União Soviética. A HQ, conhecida como Tintim, foi um sucesso imediato junto aos leitores, mas o jovem artista inexperiente conhecido como Hergé (um jogo sonoro com as iniciais do seu nome, Georges Remi, invertidas, “RG”) jamais poderia ter previsto a incrível e longa aventura na qual o seu personagem estava prestes a embarcar.
Cinco décadas e duas dúzias de graphic novels depois, Tintim conquistou os corações de milhões e milhões de todas as idades em quase todos os países do mundo, tornando-se uma figura sempre presente na vida de crianças e jovens da Europa e da Ásia e arregimentando um culto de seguidores nos Estados Unidos. A cada ano, os livros seguem encontrando novos fãs, tendo sido mais recentemente traduzidos ao hindi. O fenômeno originou brinquedos e colecionáveis, fã-clubes e publicações, bem como adaptações para o teatro, o rádio e a televisão – e agora, finalmente, um inovador longa-metragem onde os personagens ganham vida de uma forma como nunca se viu antes.
Qual é a origem do apelo aparentemente eterno de Tintim? Para muitos se resume à conjunção original que Hergé faz do simples com o complexo: seus personagens verossímeis e reais com suas fraquezas humanas e multifacetadas; suas aventuras vertiginosas com seus elementos de intrincado mistério, thriller político e ficção científica; e seu estilo de desenho, com personagens bem delineados e exuberantes nos detalhes, e mundos repletos de cor que despertam a imaginação de qualquer um.
Há uma frase famosa de Hergé: “Eu não saberia contar uma história, se não fosse através de um desenho”. E foi a sua arte que atraiu tantos ao mundo de Tintim. Mas também o coração do personagem que superou idiomas, culturas e o tempo, porque quase todo mundo, não importa o lugar, podia se imaginar na pele desse jovem que, em suas viagens incríveis, é guiado pelas suas amizades e pelo desejo de se manter sempre do lado do bem.
À medida que o tempo passava, Hergé publicava, uma após outra, suas esperadas graphic novels Tintim, e a expressividade e o estilo limpo da ligne claire do artista influenciariam uma lista cada vez maior de artistas pop como Roy Lichtenstein e Andy Warhol, sendo que este último fez um retrato de Hergé a pedido do artista.
Em 1983, Hergé faleceu, deixando inacabado seu 24º livro de Tintim (Tintim e a Alfa-Arte). Porém, estava claro que o legado de Tintim só viria a crescer e que ele continuaria a inspirar e encantar fãs do mundo inteiro.
Com As Aventuras de Tintim (The Adventures of Tintin, The Secret of the Unicorn), os cineastas esperam que uma nova geração tenha a oportunidade de descobrir esse mundo cheio de inspiração. E Kathleen Kennedy sintetiza: “Para nós, é gratificante que tanto aqueles que conhecem Tintim pela primeira vez como seus fãs ocasionais ou de carteirinha possam viver uma experiência completamente nova com os personagens e a história”.