Neste jardim existe um parque infantil ideal para os mini-geocachers ;)
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Além do jardim existe também a junta de freguesia, os correios, e a capela de São Pedro em redor. >
O nome da vila (Galveias). Através dos tempos, sempre foi uma causa repleta de opiniões divergentes. Inicialmente ter-se-ia chamado: Laranjal e depois Vila Nova do Laranjal, pelos muitos laranjais que aqui existiam e ainda hoje se mantêm. Posteriormente começou a chamar-se por "Cabeços de Baixo" e "Cabeços de Cima", por ter tido o seu início num ponto alto e se encontrar rodeado por terrenos acidentados. Em 1538, foi este lugar separado do concelho de Avis, com foral e nome da Vila de "Galveas", nome que se podia escrever ora no singular ora no plural.
Reza a lenda sumariamente:
Que tal como em certas regiões do nosso País, existia um costuma antigo de preparar um galo especialmente para cantar na chamada Missa da Meia-Noite de Natal. Esse galo era escolhido entre os melhores de cada terra, gozava de grandes regalias, era tratado com requintes de cautela e tinha uma alimentação privilegiada. Em Vila Nova do Laranjal também existia esse costume, e dava-se o melhor galo a guardar ao melhor homem da terra. Conta a lenda, já gasta pelas repetições da vida, que em certo ano se apresentaram ao Meirinho dois homens disputando entre si o lugar de honra. Estes dois homens após alguma discussão perante o Meirinho sobre qual era o melhor resolveram pedir a uma menina, a menina do Laranjal (a jovem mais respeitada e a mais querida) para decidir qual era o melhor.
Após ser chamada a menina para eleger o melhor, um deles foi o eleito e além de ficar com o galo ficou também com a menina do Laranjal e prometeu-lhe casamento, passando a viver juntos desde então.
Porém, o homem derrotado não desistiu e jurou vingança, tendo na véspera de Natal roubado o galo ao vencedor. A notícia caiu como uma bomba sobre a terra, uma vez que tinha desaparecido o tão respeitado galo escolhido e guardado para a missa da Meia-Noite, e isso era o pior que podia suceder à população. Foram tomadas de imediato providências e o Meirinho viu-se obrigado a mandar prender sem hesitação o responsável pela existência do galo, prometendo justiça a toda a população que pedia o mais penoso castigo: a morte na forca precisamente na Noite de Natal.
Antes de ser executado pediu apenas um único desejo: a menina do Laranjal e à sua tia que a tinha criado que subissem ao alto da torre da igreja, para que ele as visse antes de morrer. O seu desejo foi satisfeito e de súbito, no silêncio ouviu-se com verdadeiro espanto o galo a cantar: uma, duas vezes, três vezes. E o homem que estava prestes a morrer na forca gritou:
- O galo vê-as! O galo vê-as!
Muitas pessoas correram em direcção ao local onde soavam o canto inesperado do galo, que estava no quintal do homem derrotado.
A sorte foi o homem vencedor se ter lembrado que sempre o galo cantava, fosse pelo que fosse, quando via a menina do Laranjal e a senhora sua tia, logo se o galo estivesse na vila, e visse a menina do Laranjal no alto da torre, havia certamente de cantar e cantou de facto. E o grito do homem "O galo vê-as! O galo vê-as!" ficou perdurando na tradição de tal modo que o nome da terra deixou de ser Vila Nova do Laranjal, para passar a ser, como ainda hoje é, Galveias.
E diz-se igualmente, que vem desse tempo desta história, a expressão popular "cantaste a tempo", inspirada no galo, que na verdade cantou a tempo.
Lenda retirada do Livro "Memórias de Galveias" de Jerónimo Velez Milheiras.
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