A história de Agualva-Cacém é muito antiga, com raízes que remontam à época da dominação Romana (estações arqueológicas de S. Marcos e Colaride) e à pré-história, de que é testemunho a Anta da Agualva (classificada como monumento nacional desde 16 de Junho de 1910).
Do património histórico-cultural salienta-se ainda a igreja de Nossa Senhora da Consolação, talvez da primeira metade do século XVI, a feira de Agualva, uma das mais antigas da região saloia (realiza-se regularmente no mesmo local desde 1713), as grutas de Colaride e alguns núcleos de arquitectura popular saloia. Dos moinhos, maior parte foi destruída; existindo apenas vestígios de alguns deles.
Os documentos mais antigos que se conhecem, relativos a esta região, datam do séc. XIII. Porém, há numerosos artigos publicados sobre esta temática, em particular, no “Aqua-Alba”, boletim informativo da Junta de Freguesia, bem como documentação dispersa no Arquivo Histórico de Sintra e no Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Mais recentemente, no ano de 2000, a Junta de Freguesia de Agualva-Cacém publicou a obra 'AGUALVA-CACÉM e a sua História'.
A certidão da antiguidade de Agualva-Cacém é-nos dada pelos diferentes achados que comprovam a ocupação humana desde tempos idos. Os próprios topónimos podem ter a sua origem nesses tempos: Agualva, do latim 'aqua alba '(água alva)e Cacém do árabe 'qasim' (aquele que divide), que evoluiu para Kazem e Kacem.
A História de Agualva-Cacém, enquanto região Portuguesa, remonta à reconquista cristã de Lisboa e Sintra aos Mouros em 1147, por D. Afonso Henriques. A primeira referência conhecida surge nas inquirições Afonsinas de 1220.
Agualva e Cacém já eram povoados no séc. XII, sendo a grande maioria dos casais e herdades propriedade das ordens religiosas. Nos séculos seguintes o povoamento expande-se mas o aumento demográfico nunca foi muito significativo nesta zona rural.
No final do séc. XVIII Agualva-Cacém teria cerca de 450 habitantes e em meados do séc. XIX cerca de 500. A 3 de Junho de 1709 é dado alvará à feira de Agualva com o objectivo de manter a ermida de Nª. Sra. da Consolação.
A ligação entre Lisboa e Sintra por caminho-de-ferro apressa o aumento demográfico marcando o destino de Agualva-Cacém. Para trás ficam os tempos em que a ribeira das Jardas fertilizava as terras e movia as azenhas, oferecendo-se aos banhos da miudagem, aos amantes da pesca e aos piqueniques das famílias em férias.
Agualva e Cacém unem-se, a 15 de Maio 1953, para formar a freguesia de Agualva-Cacém. Nas décadas seguintes Agualva-Cacém transforma-se numa das áreas suburbanas da grande Lisboa e conhece, então, uma explosão ao nível da construção civil, que se traduziu numa urbanização onde os níveis de qualidade de vida nem sempre foram tidos em conta.
Nos anos 50 Agualva-Cacém ainda era uma estância de veraneio mas rapidamente perdeu esse estatuto. A transformação até aos dias de hoje foi total. O crescimento populacional foi elevado, principalmente, após a chegada do comboio, com a ligação ferroviária Lisboa-Sintra, inaugurada em 2 de Abril de 1887 (a inauguração da electrificação aconteceu a 28 de Abril de 1957), e a ligação a Torres Vedras em 25 de Maio de 1887. Actualmente Agualva-Cacém é um dos maiores centros populacionais do país, situação a que chegou devido ao acelerado desenvolvimento urbano e demográfico das últimas décadas.
A população residente em Agualva-Cacém trabalha principalmente no concelho de Lisboa, mas existem já na localidade actividades significativas dos sectores secundário e terciário que empregam, também, população activa de outros concelhos.
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