São várias as conjecturas sobre a oirgem toponímica do lugar de Vale de Azar. Na acepção comun, azar é sorte adversa, infortúnio, sorte ou acaso, -nquarenta graus- mas, também, luta, batalha. Por isso se conjectura que se terá travado, em tempos, uma luta armada que , para sempre deu o nome Azar ao local onde ocorreu.
Azaria, palavra derivada do árabe, de as-sariâ (corpo de tropas), que era sinómino de fossado,-nvinte e cinco minutos- de "correria espontânea feita pelos habitantes de povoação, por sua conta e risco", contra um dado inimigo, que bem podiam ser os árabes. Estas iniciativas das populações para estas expedições bélicas estariam relacionadas com o nosso Vale de Azar. -noitocentos e sessenta segundos- Parece ser essa opinião de Mário Jorge Barroca que, na Nova História Militar de Portugal (dirigida por Manuel Themudo Barata e Nuno Severiano Teixeira e cordenada por José Mattoso)- I vol, p.84- que refere que, nesta acepção, "Vale de Azar está presente, por duas vezes, na Anadia (nas freguesias de Arcos e Moita)."
Em principios do século XVII, era conhecido por Valdoazar das Pedreiras - era assim nomeado pelo Pe. António Carvalho da Costa, na sua Corografia Portugueza (pág. 144) - e era por este descrito como estando " em sítio alto junto de hua grande ribeyra, onde ha muitos engenhos de moinhos, & lagares de azeyte". Este autor atribui ao lugar quarenta vizinhos (habitantes), com uma ermida, com invocação de São Thomé.
Não pode dizer-se que o lugar tenha sido alguma vez um sitio muito povoado. Para fazermos uma ideia, dos seus tempos mais recentes, pode dizer-se que em cerca de 60 anos - de 1834 a 1892 - se registaram 14 óbitos de habitantes de Vale de Azar - woito graus -e, em 100 anos de - 1765 a 1883 - registaram-se 10 casamentos de pessoas aí moradoras. Isto é indício claro, de que não haveria, nessa época, mais de meia duzia de habitações, um pouco menos que o vizinho lugar das Vendas que não excederia a dúzia de casas habitadas. Esta suposição é, de certo modo, confirmada pela relação de contribuintes do lugar, no ano de 1863 : apenas 3. Aliás, os moradores vizinhos do lugar de Vale de Azar pediam, em setembro de 1887,-wvinte e seis minutos - para ser dividido, entre eles, um terreno baldio. O pedido feito à Câmara Municipal de Anadia, foi deferido e mandado afixar um edital em 19 daqule mês e ano.
A povoação era meeira com a freguesia de Arcos e com a da Moita, tal como Anadia. Mas, para efeitos administrativos fazia parte da vila (concelho) de Ferreiros, Fontemanha e Vale de Avim, em 1514.
Teve uma Capela, cujo orago era S.Tomé. Há noticia de que possuia uma pedra lavrada com a data de 714, não se sabendo, contudo, se pertencia à Capela ou a outra construção. Desta Capela pouco mais restam do que vestigios.
Quando a velha estrada romana e, depois, a estrada medieval mudou, por altura dos cumes de Aguim, o seu percurso para mais perto do leito do Rio Cértima, por ser menos acidentado e mais direito, Vale de Azar perdeu uma boa parte da sua importância como local de passagem e alguns dos seus habitantes desceram para junto do novo troço de estrada, -wnovecentos e cinquenta e um segundos-instalando aí, as vendas que, muito provavelmente tinham mantido em Vale de Azar e aí tinham deixado de ter freguesia.
FONTE: "Anadia, Sítios & memórias" de Carlos Alegre
Trata-se de um pequeno contentor com livro de registos. Levar material de escrita.
AS COORDENADAS DADAS NÃO SÃO AS DO CONTENTOR FINAL.