O Cante Alentejano é um cante popular, prática polifónica desempenhada vulgarmente por grupos de homens, embora existam também grupos femininos e mistos. Dentro do grupo de cantores existe o cantor solo, chamado ponto que inicia sempre os dois primeiros versos. Depois segue-se o alto, que canta uma terceira acima. O restante coro entra no tom do ponto e o alto começa a ornamentar a melodia.
As canções são chamadas modas, cujas principais características são:
(a) Serem todas em tons maiores;
(b) Terem algumas o soluço eclesiástico, ou pausa para respirar, no meio da palavra;
(c) Terem algumas o acorde de trítono, intervalo dissonante composto de 3 tons.
Segundo alguns estudiosos, o Cante Alentejano terá tido a sua génese em Serpa, nos finais do século XV, na transição do Milénio Vocal para o Renascimento: um grupo de frades deslocados do Convento de S. Paulo, na Serra de Ossa, para Serpa, terá estado na sua origem. Outros apontam para as heranças da tradição árabe no sul do país.
O Cante Alentejano é um dos bens culturais imateriais que melhor personifica a cultura identitária do Alentejo. Frequentemente, os alentejanos reúnem-se para cantar e, através do canto, retratam a sua gente, a lavoura, o sofrimento, o amor, a crença e a morte.
Refira-se, ainda, que o Cante reforça o sentimento de pertença da diáspora alentejana em Portugal e além-fronteiras: elemento sempre presente nos espaços de convívio e que estimula o diálogo inter geracional.
Com esta cache valorizamos o património imaterial, o Cante Alentejano que melhor personifica a cultura identitária do Alentejo.
A cache é micro e cotém apenas logbook e lápis.
|