História:
D. Mafalda, filha de D. Sancho I e neta de D. Afonso Henriques, estará, de acordo com a tradição, na origem da fundação desta Igreja no século XIII. O estilo da sua construção, muito dentro da moda da época nesta região, parece confirmá-lo.
Orientada com planta longitudinal, a Igreja é composta por nave única e capela-mor quadrangular. Possui volumes articulados, sendo a cabeceira mais baixa.
Como características particulares, São Gens de Boelhe possui um portal axial de capitéis côncavos, de grande originalidade no cesto e com uma decoração muito bem conseguida, cavada e quase gráfica, a qual se estende pelas impostas. As frequentes siglas sugerem-nos uma obra feita por meia dúzia de artífices.
Curiosidades:
Os muros da Igreja ostentam uma profusão de siglas alfabéticas e geométricas que significam o trabalho de aparelhamento da pedra de, pelo menos, seis diferentes canteiros. O aparelho pseudo-isódomo reflete a excelência da obra executada, podendo a justificação das siglas ser explicada pela necessidade de contabilização do trabalho de cada canteiro, quando estes eram contratados à peça.
Cronologia:
Séc. XIII – Construção da Igreja;
Sécs. XVII-XVIII – Ampliação da capela-mor;
1928 – Início das obras de restauro;
1930-1932 – Obras de reconstrução dos muros, cornija, modilhões e campanário, remoção de toda a argamassa existente no interior da Igreja, apeamento da torre sineira, reconstituição da capela-mor primitiva, rebaixamento e lajeamento do pavimento da Igreja e da capela;
1935 – Obras de reconstrução: apeamento e mudança da parede testeira da capela-mor para o seu primitivo lugar, reconstituição das frestas da nave, lajeamento da nave e capela-mor, colocação de degraus e patamares no pórtico principal;
1936 – Obras de reconstrução: assentamento de três portas exteriores, armação e cobertura dos telhados;
1950 – Obras de restauro: apeamento de toda a fachada sul, reposição de todos os elementos nos seus lugares primitivos, demolição das paredes que constituíam a ampliação da cabeceira e construção da sua testeira no lugar indicado pelos alicerces, apeamento e reconstrução do campanário, desentaipamento da porta lateral da nave, recalcamento do alicerce, entaipamento de uma porta que existia na fachada norte da capela-mor, reparação do arco triunfal, empena e frestas, construção de frechais de betão armado e nova cobertura, limpeza e tomada de junta, colocação de vitrais, substituição da cruz da fachada principal, assentamento do lajeado na nave e capela-mor colocação do altar-mor em pedra, assentamento de passeio exterior a volta da igreja, colocação de portas novas, mudança do cemitério e arranjo geral do adro;
1971 – Obras de conservação da cobertura e instalação elétrica;
1986 – Obras de conservação e recuperação dos telhados;
1998 – Integração da Igreja de São Gens de Boelhe na Rota do Românico do Vale do Sousa;
2003 – Obras de conservação e valorização geral do imóvel no âmbito do projeto Rota do Românico do Vale do Sousa, que incluiu acompanhamento arqueológico nas sondagens efetuadas no adro.
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