Primeiro nas margens dos rios e poças, mais tarde em tanques, a lavagem de roupa suja foi uma tarefa exclusiva das mulheres. Os lavadouros públicos surgiram em finais do século XIX, passando a ser muito concorridos por lavadeiras de mister e outras mulheres que só lavavam a sua própria roupa. Os lavadouros eram lugares de encontro onde se falava da vida alheia; eram os “pasquins” da aldeia. Os lavadouros são património representativo de uma época, não muito longínqua, em que as práticas comunitárias eram mais frequentes. O simbólico lavadouro do Malhou é utilizado e por isso deve ser conservado e valorizado.
Os lavadouros/fontanários públicos são infra-estruturas existentes em muitas das nossas aldeias, construídas pelas câmaras municipais, sobretudo nos anos 50 e 60. Eram infra-estruturas que vieram dar resposta a necessidadas básicas das populações, como o acesso ao abastecimento de água bem como a locais adequados à lavagem das roupas. Numa época em que poucas aldeias tinham rede eléctrica, os poços eram raros e os que existiam eram destinados essencialmente a rega, com extracção de água a ser feita pelos tradicionais engenhos, movidos a força animal ou, mais tarde, por motores a petróleo, caros e nem sempre eficientes, os fontanários tiverem um papel importante no quotidiano das populações locais. Por conseguinte, para abastecimento de água para as necessidades do dia-a-dia, existiam sobretudo as nascentes naturais e minas, nas encostas dos montes, mas implicavam deslocações para o seu transporte, sendo uma tarefa tão necessária quanto dura e difícil.