A data de fundação desta freguesia perde-se na bruma dos tempos, mas a sua igreja matriz terá sido edificada no século XII (1151), o que prova ser terra antiga. Do seu passado, infelizmente, pouco se sabe, atribuindo-se frequentemente à fuga dos jesuítas que terão levado consigo o espólio da freguesia.
Este saque da documentação terá sido completado em 1811 aquando da presença das tropas francesas na localidade. Esta ausência de documentos históricos é suprida, em parte, pelas lendas que se contam na Louriceira sobre os factos do seu passado. Assim, conta-se que Luís de Camões aqui terá nascido, na Quinta do Alviela, ou de que aqui houve uma feira anual que se realizava no dia 8 de Dezembro, dia da padroeira da freguesia, Nossa Senhora da Conceição, que, curiosamente, se realiza em Pernes. A Pernes pertenceu a Louriceira até à sua extinção por decreto de 24 de outubro de 1855, passando então para o concelho de Santarém até à criação, em 8 de maio de 1914, do concelho de Alcanena. A freguesia da Louriceira tem uma curiosa implantação geográfica. Estende-se na direcção oeste/sudoeste, acompanhando grosseiramente o trajecto do Rio Alviela, desde os limites de Malhou e Vaqueiros até ao maciço de Porto de Mós, onde se localiza o lugar de Carvalheiro com os seus cem habitantes, sendo uma das mais pequenas freguesias do Concelho de Alcanena.
Situam-se nesta freguesia os famosos Olhos de Água, onde nasce o Rio Alviela. Durante mais de cem anos aí foi captada a água para o abastecimento de grande parte da cidade de Lisboa, sendo transportada através de uma conduta que começou a ser construída em Dezembro de 1871 e se concluiu em 1880. Durante a década em que ocorreram os trabalhos, a Louriceira conheceu um grande desenvolvimento comercial devido à presença de grande quantidade de trabalhadores, necessários à realização de tão grandiosa obra. Os vários aquedutos existentes na freguesia, verdadeiras obras de arte e que constituem um interessante património arquitectónico e de arqueologia industrial, de que se salienta a Arcada do Vale, são o ex-líbris da freguesia da Louriceira. Louriceira é uma aldeia muito antiga, cujas origens remontam à Idade do Bronze, ou talvez ao período anterior. A sua Igreja Matriz, simples mas de inigualável beleza, classificada como Património Nacional, terá sido edificada no século XII, o que prova ser terra antiga. Esta Igreja, de invocação da Nossa Senhora da Conceição, de tipo Manuelino e com um notável revestimento cerâmico, é o edifício com maior interesse histórico. Trata-se de uma aldeia de tradição agrícola, produzindo principalmente azeite e figos.