PADROEIRO DE PORTUGAL
Pensa-se que os Cruzados ingleses que ajudaram o Rei Dom Afonso Henriques a conquistar Lisboa em 1147 terão sido os primeiros a trazer a devoção a São Jorge para Portugal. No entanto, só no reinado de Dom Afonso IV de Portugal que o uso de "São Jorge" como grito de batalha se tornou regra, substituindo o anterior "Sant'Iago!". O Santo Dom Nuno Álvares Pereira, Condestável do Reino, considerava São Jorge o responsável pela vitória portuguesa na batalha de Aljubarrota. O Rei Dom João I de Portugal era também um devoto do Santo, e foi no seu reinado que São Jorge substituiu Santiago como padroeiro de Portugal. Em 1387, ordenou que a sua imagem a cavalo fosse transportada na procissão do corpo de Cristo.
São Jorge (275 - 23 de abril de 303) foi, de acordo com a tradição, um padre e soldado romano no exército do imperador Diocleciano, venerado como mártir cristão. Na hagiografia, São Jorge é um dos santos mais venerados no catolicismo (tanto na Igreja Católica Romana e na Igreja Ortodoxa como também na Comunhão Anglicana). É imortalizado no conto em que mata o dragão e também é um dos Catorze santos auxiliares. Considerado como um dos mais proeminentes santos militares, a sua memória é celebrada dia 23 de abril como também em 3 de novembro, quando, por toda parte, se comemora a reconstrução da igreja dedicada a ele na Lida (Israel), onde se encontram as suas relíquias, erguida a mando do imperador romano Constantino I.
Baladas medievais contam que Jorge era filho de Lorde Albert de Coventry. A sua mãe morreu ao dá-lo à luz e o recém-nascido Jorge foi roubado pela Dama do Bosque para que pudesse, mais tarde, fazer proezas com suas armas. (…) Jorge encontrou um pobre eremita e lhe disse que toda a cidade estava atormentada, pois existia um enorme dragão cujo hálito venenoso podia matar toda uma cidade, e cuja pele não poderia ser perfurada nem por lança e nem por espada. O eremita disse-lhe que todos os dias o dragão exigia o sacrifício de uma bela donzela e que todas as meninas da cidade já tinham sido mortas, restando apenas a filha do rei, Sabra, que seria sacrificada no dia seguinte ou dada em casamento ao campeão que matasse o dragão.
Casamento de São Jorge e Sabra
Ao ouvir a história, Jorge ficou determinado em salvar a princesa. Ele passou a noite na cabana do eremita e quando amanheceu partiu para o vale onde o dragão morava. Ao chegar lá, viu um pequeno cortejo de mulheres lideradas por uma bela menina vestindo trajes de pura seda árabe. Era a princesa, que estava a ser conduzida pelas mulheres para o local do sacrifício. São Jorge colocou-se na frente das mulheres com seu cavalo e, com bravas palavras, convenceu a princesa a voltar para casa. O dragão, ao ver Jorge, sai da sua caverna, rosnando tão alto quanto o som de trovões. Mas Jorge não tendo medo e enterra a lança na garganta do monstro, matando-o. Como o rei não queria ver sua filha casada com um cristão, envia São Jorge para a Pérsia e ordena aos seus homens que o matassem. Jorge livra-se do perigo e leva Sabra para a Inglaterra, onde se casa e vive feliz com ela até o dia de sua morte, na cidade de Coventry.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Jorge#Padroeiro_de_Portugal
Capela de São Jorge
Capela fundada nos finais do século XVII ou inícios do século XVIII. No altar-mor existe um relevo de S. Jorge combatendo o dragão. Junto ao adro está um marco divisório com a indicação CROA / REAL.