MÉDICO DOS POBRES
Dr. Carlos Ferreira Soares – o médico mártir político
O Dr. Carlos Ferreira Soares nasceu no dia 5 de Fevereiro de 1903 em Viana de Castelo, no seio de uma família distinta.
Quis o destino que o "Dr. Prata" (como era conhecido pelos populares) vivesse num período marcado pela limitação da liberdade. A sua vontade de liberdade e capacidade de escrita encaminharam-no para a Revista Seara Nova, principal meio de divulgação das ideias anti-salazaristas. A 22 de Setembro de 1936 assume-se finalmente como lutador pela liberdade. Todos os que expressam opiniões divergentes das de Salazar são condenados à prisão e mesmo à morte. A partir deste momento passa a ser alvo de perseguição e a clandestinidade é a única solução.
Viver na clandestinidade significa perder a família, o nome, a casa e a tranquilidade. Os seus esconderijos favoritos localizavam-se na freguesia que o viu crescer como Homem de ideais democráticos, Nogueira da Regedoura.
Um dos locais predilectos era a Igreja, outro era o refúgio era a Japoneira do cemitério de Nogueira da Regedoura. À noite, Carlos Ferreira Soares nunca ia para casa. Metia-se no cemitério. Recostava-se junto a uma japoneira e ali dormia, com pouco conforto. O único descanso era a certeza de que ninguém se lembraria de procurá-lo naquele lugar tão tétrico. Foi, pois, uma japoneira que o manteve a salvo durante anos, o generoso clínico, também conhecido pelos seus trabalhos etnográficos.
Mesmo na clandestinidade, o médico prestava apoio às populações. Era médico na Associação Fúnebre de Socorros Mútuos de Grijó e fornecia medicamentos gratuitos. Esta vontade de ajudar levou-o à morte. Uma falsa doente manifestou vontade de ser observada pelo Dr. Carlos Ferreira Soares. A bondade do terapeuta traiu-o. Embora não conhecesse a criatura, acedeu a recebê-la. Após a consulta, quatro polícias entraram pela sala dentro. Foi morto a 4 de Julho de 1942 com vários tiros de metralhadora à queima-roupa. O próprio Salazar estava a par desta situação.
A Japoneira foi cortada. Nogueira da Regedoura estava de luto. A rede da Polícia Secreta funcionou outra vez. Mais um lutador pela liberdade se calava às mãos do Regime Salazarista. Muitos outros haveriam de morrer. O povo em Nogueira da Regedoura e Espinho, quando soube do assassinato gritava entre soluços: "MATARAM O MÉDICO DOS POBRES!"
A Junta de Freguesia de Nogueira da Regedoura promoveu uma homenagem a Carlos Ferreira Soares, para além do descerramento de um busto erigido numa rotunda nas imediações da sede, foi lançado um livro sobre a vida do médico dos pobres.
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