HISTÓRIA
A
Freguesia de Taveiro está documentada desde o último quartel do
século X. Sofreu os danos provocados pelas invasões muçulmanas, mas
foi reconquistada por Santa Cruz, que aí tinha muitos casais. Na
altura em que tal facto aconteceu, a povoação estava deserta, pois
os seus habitantes haviam fugido para outros
locais.
Situada entre as velhas Aeminium e Conímbriga, Taveiro conta com o
próprio nome como prova da sua antiguidade. A. Almeida Fernandes
refere: “ O topónimo tem um étimo por certo muito antigo,
onde talvez se encontra a raíz liturgica, tala – talvez a
mesma de Távora, Tavarede, etc. É menos provável o étimo no latim
tabulariu – (sentido de tabulatu – como Tábua, Tabuaço,
Tabuado, etc.”)
Num documento de 980, “ os servos de Deus “ Bahri e
Trunquili (Trunquilde) doavam ao Mosteiro de Lorvão a sua herdade
de Taveiro. O texto notarial referia o seguinte: ”Hereditate
nostra própria que abemus in villa Talabario in quinione de ibn
Hocem uno agro de riu usque in monte in Abdena”. As
personagens referidas no documento, Homeite e Lobozinho, eram
personagens de elevada craveira na sociedade, sendo evidente que
eram moçarabes. Os doadores destes terrenos, Bahri e Trunquili,
possuíam ainda o padroado de duas igrejas (a de Santa Eulália da
“villa” Arquanio e a de São Miguel Arcanjo e São Pedro
Apostolo na “villa” de Tentúgal), que doaram igualmente
a Lorvão.
Depois
do repovoamento do território, efectuado pelo Mosteiro de Santa
Cruz de Coimbra, a grande maioria dos casais de Taveiro iria
transitar, já no século XVI, para a posse da Universidade de
Coimbra. Todavia, o pároco era da apresentação da Mitra, e pelo
menos no século XVIII tinha quarenta mil reis de renda
anual.
A
26 de Fevereiro de 1851, D. Maria II atribuiu um Viscondado a
Taveiro, cujo título foi concedido a D. Maria Rosa de Figueiredo da
Cunha e Melo de Lacerda e a seu marido José de Melo Pais do Amaral
Sousa Pereira de Vasconcelos e Meneses, como recompensa pelos
valiosos serviços prestados pelo Arcebispo de Braga D. Pedro Paulo
de Figueiredo da Cunha Melo, natural de Taveiro e Tio de D. Maria
Rosa.
Por
Decreto de 11 de Julho de 1878, foi designado segundo Visconde de
Taveiro José Pedro Paulo de Melo Figueiredo Pais do Amaral da Cunha
Eça Abreu e Sousa de Meneses Pereira de Lacerda Lemos e
Vasconcelos, que foi igualmente o primeiro Conde de Santar, pelo
seu casamento.
O
Terceiro foi Pedro Paulo António de Melo de Figueiredo Pais do
Amaral, neto do segundo visconde de Taveiro, autorizado por D.
Manuel II, então no exílio.
O
brasão de armas dos viscondes de Taveiro é constituído por um
escudo esquartelado tendo no primeiro as armas dos Melos, no
segundo as dos Pais, no terceiro as dos Amarais e no quarto a dos
Castelos Brancos.