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Capela de S. Torcato Traditional Geocache

Hidden : 10/6/2011
Difficulty:
2 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

Size: Size:   small (small)

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Geocache Description:


Translation

Capela de S. Torcato

A actual igreja de São Torcato, nos arredores de Guimarães, é o produto de várias fases construtivas, ao longo de praticamente quatro séculos (X-XIII). O aspecto geral do templo data deste último período, mais concretamente de uma fase construtiva românica, datada ainda da primeira metade do século XII. Sabe-se que D. Afonso Henriques doou o templo aos Cónegos de Santo Agostinho e que em 1132 a cabeceira foi sagrada pelo arcebispo de Braga, D. Paio Mendes. Esta campanha, todavia, pela sua rapidez e pela abundante reutilização de materiais pré-românicos, parece ter sido uma mera reforma do edifício anterior, que privilegiou elementos como o arco triunfal, as janelas e a linha de cornija, mas que manteve, genericamente, a estrutura do século X.
O principal interesse desta igreja é, precisamente, o espólio pré-românico que actualmente conserva. Algumas destas peças eram já conhecidas e a campanha arqueológica aqui efectuada, nos finais da década de 80 do século XX, permitiu resgatar ainda mais material datado do século X.
Durante muito tempo considerado como um dos mais importantes testemunhos da arte visigótica no Norte do país, a par de São Frutuoso de Montélios, a radical reavaliação dos compartimentos estilísticos altimedievais situou definitivamente o pré-românico de São Torcato no século X, não obstante existir uma fase de ocupação dos primeiros tempos da Idade Média, cujos resultados aguardam publicação. A referência mais antiga ao templo data de 951, ano do testamento de Ramiro II, onde se refere a existência de uma capela do Santo, anexa à de São Torcato. A construção da igreja deverá, assim, datar dessa época, por intermédio dos condes portucalenses (em especial D. Mumadona Dias), familiarmente ligados ao monarca Ramiro II. A qualidade dos materiais remanescentes, em paralelo com a excelência da capela palatina do Mosteiro da Costa, de Guimarães, revelam que os condes terão patrocinado um importante conjunto de construções religiosas, que contribuíram, decisivamente, para a imagem do prestígio que necessitavam impor.
Os mais importantes vestígios são os frisos de calcário que decoram a parte interna da capela-mor. Com uma decoração cuidada, à base de círculos tangentes e quadrifólios, eles são um dos principais elementos de caracterização da complexa realidade artística do século X: ao mesmo tempo que revelam uma relação directa para com a homogénea produção asturiana (com a qual os seus promotores estavam ideologicamente vinculados), atestam, também, a vitalidade de um canal de influência Sul-Norte, relacionando-se estilisticamente com peças geométricas identificadas em Tomar e em Lisboa.
Dois aximezes (janelas duplas de arcos ultrapassados) constam, ainda do espólio pré-românico do local. Apresentam-se bastante mutilados, por terem sido adaptados \"aos nichos laterais da capela-mor\", na época românica, mas grande parte da sua decoração manteve-se, repetindo os motivos geométricos dos frisos e revelando, assim, a homogeneidade de toda a campanha do século X.
Outros elementos, como um capitel vegetalista e uma lipsanoteca (pequena caixa de madeira para relíquias), que se contextualiza com outra produção asturiana, fazem da pequena capela de São Torcato um dos pontos obrigatórios da arte altimedieval em território português, reafirmando um estatuto de charneira entre o Norte cristão e o Sul islâmico, não já em antagonismo constante - como tantas vezes a História o descreveu -, mas sim em progressivo contacto cultural e artístico.

Additional Hints (Decrypt)

CG: Fó n zãb aãb onfgn! RA: Gur unaq vf abg rabhtu!

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)