Paço de Arcos sempre teve orgulho nas suas equipas de Hóquei em
Patins que deram múltiplos hoquistas para as selecções nacionais
que colecionaram títulos europeus e mundiais.
Falar de Paço de Arcos em termos desportivos é falar do Clube
Desportivo de Paço de Arcos. Se de facto, qualquer movimento sócio
desportivo assenta na força e determinação de uma gente, este clube
é disso um exemplo acabado.
No CDPA a relevância e protagonismo de um povo, eleva-se no seu
orgulho bairrista, personalizando assim, um dos mais generosos e
belos exemplos da entidade servidora e verdadeiramente pública.
O nascimento do CDPA está ligado ao futebol, tendo sido o
vencedor do primeiro torneio de futebol de nível nacional (1929),
ganhando a cobiçada taça em ouro, a "Taça de Ouro do Futebol".
O hóquei em patins começa a ganhar destaque em 1941, ao ganhar o
seu primeiro trofeu (Taça de Honra de Lisboa) e a partir dai não
mais parou. Possuidor de um curriculum que ombreia com os
melhores do mundo, facto bem assente nas sete vitórias no
Campeonato Nacional, inúmeras vitórias nas Taça de Portugal,
vencedor de diversos torneios internacionais como a Taça Latina e o
torneio de Montreux, vencedor da Taça CERS. Nesta modalidade
é o clube português com maior número de atletas
chamados à selecção nacional em vários escalões etários, originando
assim um “pack” sustentado de campeões da Europa e do
mundo, de ampliação constante, baseado na dedicação às camadas
jovens e à aprendizagem.
Foram verdadeiros embaixadores do clube e do país, para além de
todos os Campeões em várias faixas etárias e em todas as
modalidades, os consagrados e já imortalizados no imaginário de
todos os Portugueses, os grandes Emídio Pinto, o melhor guarda
redes do mundo, Correia dos Santos, o melhor avançado do mundo e o
ainda maior Jesus Correia.
António Jesus Correia, nascido a 3 de Abril de 1924, em Paço de
Arcos, foi um desportista de eleição, como houve poucos na história
de Portugal. Versátil, jogou em simultâneo futebol e hóquei em
patins. Era sem dúvida um desportista de dois amores, praticando
ambas as modalidades ao mais alto nível.
No futebol, onde jogava a extremo-direito, fez parte dos famosos
Cinco Violinos, conquistando para o Sporting Clube de Portugal
cinco campeonatos nacionais e três taças de Portugal. No início de
1947 alcançou a estreia na Selecção Portuguesa de Futebol, onde
jogou até 1952, com um total de 13 internacionalizações.
Na época de 1952/53, quando tinha 28 anos, o Sporting quis ter o
seu passe em exclusivo, pelo que Jesus Correia foi obrigado a optar
entre o futebol e o hóquei em patins. Optou pelo hóquei, o seu
primeiro amor, dizendo então adeus ao futebol de alta
competição.
Foi um marco no desporto nacional, que ainda hoje inspira
gerações. Morreu a 30 de Novembro de 2003, quando era o último dos
Cinco Violinos ainda com vida.
Fontes: CDPA e Wikipédia